1. Todo animal tem o direito de ser respeitado.
2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todo animal tem direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
(Art. 2º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais)
O Brasil possui uma das mais ricas biodiversidades do planeta. Em seu território, são encontrados cinco diferentes ecossistemas: amazônico (floresta amazônica), atlântico (Mata Atlântica e o sistema lacustre/restinga/manguezal oceânicos), cerrado (Centro-Oeste), caatinga (Nordeste) e pantaneiro (Sudoeste).
Essa biodiversidade tem enchido os olhos e também o bolso dos mais ambiciosos, desde a época do descobrimento, quando as caravelas retornavam a Portugal, repletas de peles de onças e de aves.
Atualmente, em razão da perda dos habitats e devido à captura ilegal realizada por traficantes, são centenas as espécies ameaçadas de extinção no Brasil.
Assim, é vital a conscientização dos indivíduos para desestimular esta atividade, que também representa uma questão de ética e moral. Preservar o nosso patrimônio natural e a vida é um dever de todo cidadão.
Animais silvestres x animais domésticos
Existe uma grande diferença entre adquirir um animal doméstico e um animal silvestre ou selvagem. O doméstico se adapta ao convívio com o ser humano de forma fácil e harmoniosa, sem danos à saúde humana, desde que adotadas as medidas preventivas adequadas. Geralmente, são animais de companhia, de serviço, assistentes em tratamentos de saúde, companheiros e importantes para o bem-estar e o lazer.
Os animais silvestres e/ou selvagens pertencem a um mundo diferente do nosso. São também muito atraentes, vivendo nas matas e provocando desafios nos humanos, que insistem em tentar domesticá-los. Além de sofrerem com tal situação, vivem estressados no meio dos homens, tornando-se agressivos, além de transmitirem doenças como a raiva, a leptospirose, a toxoplasmose, a psitacose, a hanseníase, a leschimaniose, entre outras.
O Mundo cão pelos olhos do Mundo Verde:
(Charles Darwin, naturalista inglês).
Estima-se que, anualmente, mais de 15 milhões de filhotes de aves e mamíferos sejam arrancados de seus ninhos e tocas, das matas e florestas brasileiras e vendidos, de forma ilegal, para os Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, entre outros.
A grande maioria morre antes de chegar ao seu destino, através do comércio ilegal.
No mercado estrangeiro, espécies brasileiras valem uma fortuna (quanto mais raro, mais caro) com diferentes propósitos.
Existe a caça/captura, com o objetivo da venda ilegal de animais silvestres vivos (normalmente para atender ao mercado ilegal de animais de estimação) ou abatidos (como o que vem ocorrendo com a jaçanã, marrecas silvestres, tatus, veados, catitu, jurará, etc.); animais para colecionadores e zoológicos; animais para fins científicos; e animais para comercialização internacional em pet shops.
Pesquisas têm apontado que depois do tráfico de drogas e armas, o contrabando de animais (papagaios, araras, periquitos, micos, tartarugas, tucanos, peixes ornamentais, sapos, cobras, besouros, borboletas, etc.) representa o maior negócio ilícito praticado no mundo, contribuindo para o empobrecimento da diversidade da fauna, aumentando o risco de extinção de inúmeras espécies, tais como a Ararinha-Azul.
É sabido que certos traficantes usam práticas inconcebíveis, tais como: dar cachaça para os animais, para mantê-los calmos, logo após a compra, cegar os olhos dos pássaros com cigarros e/ou cortar suas asas, pintar as penas e bicos dos filhotes de periquitos com tinta tóxica, arrancando suas caudas e vendendo como filhotes de papagaio, pois estes são mais raros.
Para traficar para o exterior, estes são submetidos a condições terríveis, viajando sedados, escondidos em canos de plástico, fundos de mala e bagagens de mão, e a maioria morre antes de chegar a seu destino.
A captura de animais silvestres tornou-se um meio de sobrevivência para pessoas pobres, que são exploradas por traficantes. O quadro socioeconômico pouco favorável em nosso país tem contribuído de modo significativo, além da baixa escolaridade e da tradição, trazendo, desta forma, grandes prejuízos para todos:
1) para a ciência, que assiste impotente ao desaparecimento contínuo de espécies;
2) para o Estado, que não vem conseguindo oferecer resultados positivos na proteção das espécies;
3) para o nosso povo, que tem o seu patrimônio dilapidado.
O que fazer para evitar o tráfico de animais silvestres e/ou selvagens?
* Não compre artesanatos e bijuterias com penas de animais.
* Não compre animais silvestres. Ter espécie nativa em cativeiro, sem comprovação da origem do animal, é crime previsto em lei.
Seja vigilante. Denuncie tráfico de animais silvestres à Linha Verde do Ibama – Tel. 0800 61 8080. (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, agência executora ambiental ligada ao Ministério do Meio Ambiente brasileiro, cabe entre outras missões, exercer o gerenciamento, controle, proteção e preservação das espécies silvestres da fauna e da flora.)
Conheça a Lei de Crimes Ambientais.
DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999.
Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Das Sanções Aplicáveis às Infrações Contra a Fauna
Art. 11. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
Exigir das autoridades o cumprimento das leis, um maior policiamento e fiscalização adequada dos nossos ecossistemas.
* Campanhas de educação ambiental.
* Passe essa dica adiante.
Não cruzemos os braços. Vamos ser os porta-vozes dos animais! Faça a sua parte!
Fonte: Mundo Verde
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