Mais de sete mil trabalhadores envolvidos na produção e colheita do açaí na Amazônia serão capacitados com base nos princípios não invasivos de coleta e de manejo florestal. A iniciativa será implementada pela empresa norte-americana Sambazon, que, juntamente com ONGs e empresas locais, desenvolve na região o projeto Sustainable Amazon Partnership(SAP).
Estes produtores brasileiros estão entre os vários beneficiados ao redor do planeta de iniciativas como esta, apoiadas pelo Business Call to Action (BCtA) –
ainda sem tradução para o português, mas que pode ser entendido como um “Chamado Empresarial para a Ação”. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é um dos parceiros desta iniciativa.
O BCtA (ver mais informações no box ao lado) é um projeto mundial que tem como propósito acelerar o progresso para o cumprimento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) e promover modelos de negócios inclusivos, que contribuam para metas empresariais e de desenvolvimento sustentável.
Com as técnicas de manejo sustentável e conservação da biodiversidade, além de promover a preservação dos recursos naturais da floresta, os produtores de açaí da Amazônia poderão dobrar o rendimento das áreas cultivadas, aumentando os lucros em 40% até 2016. Ao todo, estima-se que mais de 1,2 milhão de hectares de florestas serão preservadas.
“Como a demanda mundial de açaí continua a subir, esta iniciativa vai ajudar a promover uma cadeia de valor sustentável e assegurar o fornecimento adequado de frutas orgânicas”, disse Ryan Black, diretor-executivo da Sambazon. “Até o momento, a cadeia de fornecimento da Sambazon promoveu alternativas de sustento para mais de 2,5 mil pessoas e vem garantindo o uso sustentável de 700 mil hectares na Amazônia brasileira”, informou o executivo.
A coordenadora de Planejamento e Gestão Estratégica do PNUD, Maria Celina Berardinelli Arraes, avalia que o setor privado tem desempenhado um papel cada vez mais importante em relação aos ODM e à construção de um mundo mais equitativo e ambientalmente sustentável. Nesse sentido, o trabalho da BCtA, ao estimular as empresas a unir bons negócios e inclusão social, tem sido determinante.
“Os custos gerados pela iniciativa social da Sambazon de capacitar os trabalhadores serão recuperados. Com isso, ganham ambos, a empresa e os trabalhadores. E ainda há um terceiro beneficiado, que é o meio ambiente”, destacou Maria Celina.
Energia limpa
Além da Sambazon, outras três empresas firmaram esta semana compromisso com a iniciativa BCtA para fornecer trabalho ambientalmente sustentável e garantir
acesso a energia limpa. São elas a d.light, fabricante internacional de produtos de iluminação à base de energia solar; a nigeriana Oando Marketing, subsidiária da maior petrolífera do país; e a Solar Now,companhia de energia com atuação também em países africanos como Burkina Faso, Mali, Senegal, Tanzânia e Uganda.
No total, as quatro iniciativas vão beneficiar mais de 12 milhões de pessoas de baixa renda na África, Ásia e América Latina, gerando cerca de 42 mil oportunidades de trabalho sustentável até 2016.
“O acesso à energia limpa é essencial para a construção de um mundo mais saudável e próspero. Nós precisamos nos unir para encontrar soluções ousadas e rentáveis que protejam o nosso planeta e promovam o bem-estar de todas as pessoas. Precisamos de diretores-executivos, investidores, empresas de serviços públicos e empresas de energia renovável”, disse a gerente de programas da BCtA, Amanda Gardiner.
Cerca de 20% da população mundial não tem acesso básico à energia e quase três bilhões de pessoas utilizam combustíveis poluentes e nocivos, como querosene, lenha e carvão, que matam cerca de dois milhões de pessoas a cada ano.
BCtA
Business Call to Action (BCtA) é uma iniciativa mundial que visa desafiar as empresas a desenvolver modelos de negócios inclusivos que oferecem potencial de impacto no desenvolvimento aliado ao sucesso comercial. A iniciativa, implementada para ajudar os países a atingir os ODM, é resultado de uma parceria entre a Agência Australiana para o Desenvolvimento Internacional, o Ministério de Relações Exteriores da Holanda, o Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (DFID), a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, o PNUD, o Pacto Global, a Clinton Global Initiative e o Fórum Internacional de Líderes de Negócios.
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Fonte: Mercado Ético

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