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Foto: Pedro Santana/TG

‘Observação de antas’ é nova prática para os amantes da natureza

Até fevereiro projeto fornecerá guias e suporte em região de São Paulo para quem quer praticar o chamado “tapirwatching”.

'Jardineira das florestas', anta está ameaçada de extinção — Foto: Pedro Santana/TG
‘Jardineira das florestas’, anta está ameaçada de extinção — Foto: Pedro Santana/TG

Por Thaís Pimenta, Terra da Gente, G1

A sensação de poder ver de perto o maior mamífero terrestre do Brasil é uma experiência realmente incrível. Quem faz trilhas em áreas de Mata Atlântica sabe que esse encontro não é tão fácil. Mas, ao que aparece, essa missão pode ser um pouco mais fácil, até o mês de fevereiro.

Isso porque um grupo de biólogos da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Trápaga (unidade de conservação privativa situada na Fazenda Elguero, em São Miguel Arcanjo, SP) – abriu espaço para a observação de antas em vida livre.

De acordo com a bióloga e diretora da instituição, Mariana Landis, a atividade é livre para pessoas de todas as idades que admirem a natureza.

“Recebemos estudantes, biólogos, fotógrafos, pessoas que gostam de estar conectadas com a natureza. Quem tiver interesse em viver essa experiência de observar antas em vida livre é só procurar o instituto”, conta a especialista.

Ainda segundo Landis, a pessoa que for participar do turismo de observação vai ser acompanhada por um guia e receber todas as orientações e protocolos de segurança para saber como se comportar perto desses animais silvestres. “Essa orientação é importante para que seja um ambiente seguro tanto para os visitantes quanto para os animais”, afirma.

Além da área de floresta, o que atrai o mamífero para o local e garante sucesso na observação são as safras de ameixas. “Essa atividade ocorre de maneira sazonal, levando em conta que a época das ameixas termina agora em fevereiro. Mas quem tiver interesse ainda dá tempo”, explica.

Para participar, basta entrar em contato com o Instituto Manacá, que coordena as atividades de observação. O telefone é o (15) 99714-5135. Pelo site institutomanaca.org.br você também consegue informações sobre o projeto.

Por que monitorar antas?

O monitoramento ativo desses animais já permitiu que os biólogos do Projeto Anta e Grande Mamíferos da Serra do Mar descobrissem comportamentos curiosos do mamífero, como a relação dele com uma ave, e ainda um caso raro na natureza: uma anta que teve gêmeos. O fato é inédito, afinal a cada gestação a fêmea dessa espécie costuma ter um único filhote.

Pelas trilhas anta dispersa sementes de árvores nativas  — Foto: Pedro Santana/TG
Pelas trilhas anta dispersa sementes de árvores nativas — Foto: Pedro Santana/TG

Curiosidades

Apesar da anta ser o maior mamífero terrestre do Brasil, essa espécie é considerada vulnerável à ação de animais bem menores: como a de cães que acabam indo parar na mata. Normalmente, os cachorros seguem o instinto natural, de brincar, correr e cercar o animal silvestre e as antas podem acabar se ferindo. Também há o risco de possíveis ataques desses animais.

“Quando se encontram com outros, eles formam matilhas e começam a cercar animais maiores como as antas. É da natureza dos cachorros”, explica a bióloga.

Por isso, uma campanha intensa de captura dos cães foi iniciada para impedir que as antas fossem alvos de possíveis ataques.

Durante oito dias uma equipe de biólogos fizeram busca-ativa das antas machucadas e dos cães invasores percorrendo cerca de 20 quilômetros por dia, além da instalação e manutenção de armadilhas para somar esforços na captura dos cães.

Através de armadilhas fotográficas instaladas na floresta, foi possível visualizar os cães que acabavam machucando as antas. “Muitos estavam magros, foram tratados e entregues a canis da região”, finaliza.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2022/01/25/observacao-de-antas-e-nova-pratica-para-os-amantes-da-natureza.ghtml


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