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Novos painéis solares orgânicos poderão ser integrados a fachadas de construções

A aplicação de painéis solares em edifícios sempre enfrentou muitas limitações para ser concretizada, como a área reduzida do telhado dos prédios, o material pesado e rígido dos painéis, o custo total da instalação, o design desagradável que as células podem apresentar na composição estética do edifício, entre outras. Mas estes problemas poderão ser resolvidos graças ao desenvolvimento de uma nova tecnologia, que alia a captação de luz solar a painéis orgânicos, leves e flexíveis.

Ao contrário dos painéis tradicionais, que devem ser aplicados no telhado das edificações para serem capazes de coletar luz solar adequadamente, os novos painéis podem ser fixados em planos verticais, o que aumenta a área que pode ser utilizada para a instalação. Isso porque o novo material é extremamente leve e flexível, pesando cerca de meio quilo por m2, enquanto o tradicional pesa de dez a 15 quilos por m2.

A tecnologia está sendo desenvolvida pelas empresas Heliatek– desenvolvedora de tecnologia de ponta de energia solar fotovoltaica – e RECKLI – especializada em moldes flexíveis para fachadas de edifícios de concreto.

“Hoje, paredes verticais raramente são usadas para a coleta de energia solar, apesar do fato de que as paredes de edifícios verticais oferecem uma área de instalação muito maior do que o topo dos telhados, que são o foco das instalações de construções solares atuais”, comentou Thibaud Le Séguillon, diretor executivo da Heliatek.

“Muitos fatores como um design desagradável, preços de sistema altos e potencial de desempenho limitado são razões pelas quais instalações solares verticais não são comuns”, acrescentou o diretor executivo.

Além de possibilitar a instalação em fachadas, os novos painéis também possuem a vantagem de manterem uma eficiência constante até os 80°C. O material tradicional não possibilita essa estabilidade, já que sua eficiência diminuiu a cada grau Celsius que a temperatura aumenta.

Outro benefício em relação aos painéis tradicionais é que os novos são capazes de coletar luz solar indireta ou em dias nublados, enquanto os clássicos necessitam receber raios solares diretos para captar a luz.

“Nossa tecnologia solar presta-se idealmente à coleta de energia solar em uma ampla variedade de níveis de luz, mesmo quando está nublado ou ela está virada para o norte, então todo o edifício pode se tornar um contribuinte para a captação de energia verde para o esforço global de reduzir a pegada de carbono”, explicou Le Séguillon.

Mas talvez um dos maiores pontos positivos da nova tecnologia é que ela é concebida a partir de materiais muito mais ecológicos do que a tecnologia clássica. Os novos painéis são constituídos quase que exclusivamente de PET, o que, além de oferecer leveza e flexibilidade, também diminui a poluição e a pegada de carbono da produção do painel.

“Essa tecnologia solar tem um verdadeiro impacto ambiental zero graças à falta de ingredientes tóxicos e à fabricação não-tóxica com muito pouca energia e consumo de material e de fácil eliminação, já que os módulos são 99% plástico PET, e o resto também é material inofensivo”, observou Bernd Trompeter, diretor de gestão da RECKLI.

Apesar dos grandes benefícios já avaliados, a Heliatek afirmou que ainda está fazendo testes com a tecnologia, e deve ter dados preliminares da aplicação dos novos painéis em fachadas em cerca de seis a 12 meses. A entrada no mercado será efetivada apenas depois que as avaliações das instalações de teste forem realizadas. A promessa é que os custos de instalação sejam competitivos com os atuais.

Autor: Jéssica Lipinski

Fonte: Instituto CarbonoBrasil


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