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Não usa mais? É só trocar

Armário cheio ou armário vazio, não importa: em 80% do tempo, escolhemos as peças a vestir entre um pequeno repertório de 20% das nossas roupas. A conclusão é da editora americana de moda Mary Lou Andre, do site Dressing Well.

“A maioria das pessoas não reserva um tempo para avaliar seu armário e separar o que não serve mais. Os closets viraram depósitos”, disse a especialista a VEJA. Para dar um empurrãozinho em quem tem dificuldade de praticar o desapego, existem desde grupos que se reúnem para trocar peças até sites e blogs que servem de vitrine para itens que não interessam mais a seus donos. “É uma forma de passar para a frente aquela roupa que nos encantou na loja, mas perdeu a graça no guarda-roupa”, diz a estilista Juliana Ozol. Com a ajuda dela e das consultoras de moda Bia Perotti e Lalá Noleto, VEJA selecionou formas práticas de se desfazer de roupas, acessórios, maquiagens e objetos, como a prancha de surfe que nunca mais viu o mar ou aquele antigo violão que há tempos não emite um acorde.

TROCA DE SAPATOS E BOLSAS
Como funciona: pessoas interessadas em vender bolsas e sapatos que não usam mais mandam um e-mail para o blog com a foto do produto e uma breve descrição dele. As mensagens são publicadas por ordem de chegada e o comprador potencial deve tratar diretamente com o vendedor, por e-mail. Nesse caso, o blog não se responsabiliza pela negociação

BAZAR DE TROCAS DA REVISTA ESTILO NO FACEBOOK
Como funciona: a revista ESTILO, da Editora Abril (que publica VEJA), mantém na página de relacionamentos Facebook um grupo com mais de 20 000 integrantes, que podem trocar roupas, calçados e acessórios entre si. Para isso, publicam uma foto do produto, dizendo pelo que gostariam de substituí- lo. Para participar, é preciso ter perfil na rede social e entrar na comunidade da revista. As condições de troca e o envio das peças são estabelecidos pelos próprios participantes

ENJOEI (E TO VENDENDO)
Como funciona: todos os dias, a publicitária Ana Luiza McLaren recebe dezenas de fotos de produtos que não agradam mais a seus donos. Ao longo da semana, seleciona aqueles que colocará à venda no site — o qual recebe mais de 40000 visitas por mês. Além de roupas e acessórios, são negociados itens como bicicletas e eletrônicos. Para ter um produto divulgado, é preciso enviar, junto com a imagem dele, o preço sugerido e um breve histórico.
Quando um artigo é vendido, o Enjoei recebe 20% de comissão e só repassa o restante do valor depois que o produto chega, via correio, ao comprador. Caso surja mais de um interessado no item, vence o primeiro que o solicitar. Da mesma criadora, o Enjoei (e to crescendo) expõe artigos infantis

BAZAR DES AMIES
Como funciona: além de peças sem uso de coleções antigas, as sócias Renata Balbino e Ana Paula Fonseca vendem roupas e acessórios de grife seminovos garimpados dos armários de moradoras do Rio de Janeiro. Quem se interessar em vender um artigo pessoal deverá, primeiro, enviar um e-mail com a foto dele e o preço sugerido. Se o produto for aceito, será entregue para ser fotografado em estúdio antes de ir para o site. A comissão pela venda varia de 30% a 50%. “As bolsas Chanel são vendidas em menos de dez minutos. É uma forma de comprar um item quase novo desembolsando bem menos por ele”, diz Ana Paula

DESAPEGUE!
Como funciona: uma vez por mês, um grupo de mulheres se reúne em um bar de São Paulo para trocar roupas, calçados e acessórios que não são mais utilizados. Ao serem entregues no local, os itens são avaliados e substituídos por fichas que servirão como “moeda” de troca. As peças mais desgastadas são devolvidas à participante ou destinadas ao Exército de Salvação, se assim ela desejar. O evento, destinado apenas ao público feminino (enquanto elas vão às trocas, porém, os maridos podem se entreter no bar), conta com provadores e os serviços de uma consultora de moda. A entrada custa 30 reais

BORA COLEGA!
Como funciona: um perfume que não agradou, uma base mais clara do que a pele, uma sombra que não caiu bem — esses itens de beleza podem ser vendidos ou trocados no blog, que conta com mais de 9500 participantes. Para expor um produto, é preciso enviar um e-mail com a foto, a descrição e a data de validade dele, informando se a intenção é trocá-lo ou vendê-lo. Post publicado, é só aguardar o contato dos interessados e negociar diretamente com eles

TROCA CULTURAL
Além de facilitar o aluguel dos mais variados produtos entre pessoas que moram em regiões próximas, o site DescolaAí promove a troca de livros, CDs, DVDs, vinis, games e jogos de tabuleiro
Como funciona: para participar, basta que o usuário faça um cadastro, busque os produtos de seu interesse e diga o que pode oferecer em troca. Proposta aceita, os dois lados pagam uma taxa administrativa de 2 reais ao site, que em seguida os põe em contato
Dica: o DescolaAí permite ainda a criação de grupos fechados; uma boa oportunidade, por exemplo, para mães de alunos promoverem a troca de livros didáticos

HOSPEDAGEM GRATUITA
A internet é uma mão na roda para reservar hotel ou alugar um imóvel no destino das férias. Mas as vantagens da rede vão além da praticidade: sites de troca temporária de casas propiciam hospedagem gratuita e, de quebra, imersão cultural
Como funcionam: nos sites TrocaCasa e HomeForExchange, o participante fornece informações sobre sua residência e os destinos para os quais gostaria de viajar. Quando há interesse mútuo, os usuários combinam a data para a troca, que pode ser simultânea ou alternada. No primeiro caso, os viajantes se hospedam um na casa do outro em um período concomitante. Se viajarem em datas distintas, o dono da casa recebe os turistas como convidados. Já no CouchSurfing e noHospitalityclub não há troca de casas: eles funcionam apenas como redes sociais para a oferta de hospedagem
Como participar: é preciso fazer um cadastro e, em alguns casos, pagar uma anuidade que varia de 80 a 100 reais. Os sites oferecem modelos de contratos informais, em que os viajantes se comprometem a cuidar da casa-hospedagem — por exemplo, garantindo manusear corretamente aparelhos eletrônicos e regar as plantas — e a pagar por eventuais danos e ligações telefônicas
Vantagens: a gratuidade é apenas um dos benefícios dessas redes de viajantes. Além de desfrutar muito mais liberdade que num hotel, o turista tem a experiência de morar conforme o estilo de vida local
Dicas de etiqueta: o dono da casa pode deixar materiais informativos à mão, como folders de passeios interessantes e mapas da cidade, ou frutas típicas da região. Uma boa dica para o anfitrião que recebe turistas sem sair de casa é leva-los àquele restaurante especial que não aparece nos guias de viagem. Ao sair, o hóspede pode oferecer um mimo para o dono da casa em agradecimento, como um vinho ou um objeto de decoração

BRECHÓS VIRTUAIS
Foi-se o tempo em que brechós eram sinônimo de peças antigas e objetos usados. Hoje, a moda é encontrar na internet roupas e acessórios ainda com a etiqueta, ou quase novos, a preços tentadores. É o que os especialistas chamam de consumo sustentável. Abaixo, as consultoras de moda Bia Perotti e Juliana Ozol dão dicas de brechós virtuais:
Trash Chic
Vende peças e acessórios novos ou seminovos de grifes como Chanel, Gucci, Marc Jacobs e Hermès
B.LuxoEspecializado em peças vintage, este brechó localizado em São Paulo também vende pela internet para todo o Brasil
Busca Brechó
O site reúne cerca de 300 brechós on-line. O objetivo é ajudar os usuários a encontrar as peças que procuram com mais agilidade
Muito por pouco
Funciona como uma espécie de leilão virtual de roupas e acessórios nacionais e importados, sejam eles novos, seminovos ou usados. Vence quem der o maior lance

Autores: Daniela Macedo / Gabriela Sandoval

Fonte: Revista Veja 2225

Disponível em: Planeta Sustentável


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