Dois ativistas do grupo ambientalista Greenpeace invadiram na tarde de segunda-feira (14) um navio cargueiro que estava fundeado na baía de São Marcos, próximo ao porto do Itaqui, em São Luís (MA), para protestar contra o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de terra indígenas.
Na manhã desta terça-feira (15), os ativistas continuavam presos à âncora do navio, em esquema de revezamento. Eles seguram bandeiras com as frases “Dilma, desliga essa motosserra” e “Amazon Crime” (crime amazônico).
Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, o navio Clipper Hope, de 175 m de comprimento, registrado nas Bahamas, deve aportar em São Luís na quarta-feira (16) para ser carregado com um carga de 30 mil toneladas de ferro gusa que deverá ser levada para os EUA. Segundo o Greenpeace, o navio pertence à Viena Siderúrgica S/A, sediada no Maranhão.
De acordo com o Greenpeace, os ativistas alcançaram o navio utilizando uma embarcação do grupo, o Rainbow Warrior, que havia chegado a São Luís no domingo (13). Ao se aproximarem, os ativistas escalaram a corrente da âncora e permaneceram presos a ela.
Em um manifesto divulgado na internet, o Greenpeace disse que “o ferro gusa carrega destruição e violência em sua cadeia de produção”.
Segundo o documento, o protesto “levanta questões embaraçosas sobre o comprometimento da presidente Dilma Rousseff e seu governo quanto à proteção ambiental às vésperas da conferência Rio+20”.
“Enquanto o governo Dilma vende a imagem de país verde e moderno às vésperas da Rio +20, esta região está virando carvão para alimentar as indústrias de ferro gusa e aço, que espalham o que há de mais arcaico e predatório pela Amazônia”, disse Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, que está a bordo do navio Rainbow Warrior.
Segundo o Greenpeace, não há previsão de quando os ativistas devem deixar o navio.
O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, Jair dos Santos Oliveira, disse que inicialmente não pretende deter o protesto.
“O navio não foi impedido de seguir viagem. Ele só está previsto para aportar na quarta-feira. Vamos ver se eles ficam até lá. Entramos em contato com órgão de segurança, mas só devemos intervir se eles tomarem alguma medida que representar algum risco para a navegação”, disse o comandante.
A reportagem tentou entrar em contato com a Viena Siderúrgica S/A, mas a empresa ainda não respondeu aos recados.
Fonte: Folha.com

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