Apesar de avanços estarem sendo alcançados no setor de energias renováveis, grande parte das tecnologias limpas não está sendo aproveitada na velocidade necessária, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório anual apresentado a ministros e representantes de países, que juntos equivalem a 80% da demanda mundial por energia.
Tecnologias como painéis solares, facilmente instalados em residências e empresas, e usinas eólicas onshore têm apresentado uma evolução rápida, nota a AIE, crescendo, respectivamente, 42% e 27% anualmente durante a última década. A redução nos custos do sistema fotovoltaico chegou a impressionantes 75% em três anos em alguns países.
Porém, infelizmente, o relatório ressalta que a maioria das tecnologias limpas não está sendo aplicada em todo o seu potencial para contribuir com o corte nas emissões de dióxido de carbono e, portanto, com um sistema energético mais seguro.
“Temos uma responsabilidade e uma oportunidade de ouro para agir”, comentou o embaixador Richard H. Jones, vice-diretor executivo da AIE.
“Estimamos que o uso de energia e as emissões de CO2 aumentarão em um terço até 2020 e quase dobrarão até 2050. Isto poderia elevar as temperaturas globais em no mínimo 6°C”, completou.
O relatório incita ações agressivas em nível político, que aproveitem os benefícios oferecidos pelas tecnologias limpas. Tecnologias com grande potencial para economia de energia e emissões, como a Captura e Armazenamento de Carbono, não estão obtendo investimentos suficientes e quase a metade das novas usinas a carvão estão sendo construídas com tecnologias ineficientes, alerta.
A melhoria de eficiência no consumo de combustíveis por veículos também é lenta, e medidas de eficiência energética em edifícios e nas indústrias continuam significativamente inexploradas, lamenta.
Além disso, apesar de as metas governamentais para veículos elétricos serem ambiciosas, assim como “os planos para expansão nuclear”, traduzi-los para a realidade é outra história. As metas de produção dos veículos elétricos após 2014 são altamente incertas e a crescente oposição pública à energia nuclear é um “desafio”, disse o relatório.
Três recomendações são feitas para mudar este status quo:
Primeiramente, preparar o campo para as tecnologias limpas. Isto significa garantir que os preços reflitam o “verdadeiro custo” da energia, contabilizando os impactos positivos e negativos da sua produção e consumo;
Em segundo, destravar o potencial da eficiência energética, o combustível “escondido” do futuro. Garantir que a energia não seja desperdiçada e que será usada da melhor forma possível é a ação mais efetiva financeiramente e precisa ser o primeiro passo em qualquer política voltada para a construção de um mix energético sustentável;
Finalmente, acelerar a inovação e o suporte público para pesquisa, desenvolvimento e demonstração no setor energético. Isto ajudará a consolidar a inovação no setor privado e acelerar a entrada das tecnologias no mercado.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
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