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As ameaças à região do Triângulo de Corais, a "Amazônia" do mundo marinho, são muito maiores do que a média global e o principal culpado é a sobrepesca, mostra um novo estudo

85% dos recifes do Triângulo de Corais estão ameaçados

Servindo de berçário para a vida marinha da Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, Filipinas, Ilhas Salomão e Timor Leste, o Triângulo de Corais é o coração dos recifes globais. Esta área magnífica, geralmente chamada de “Amazônia dos Oceanos”, contém quase 30% dos recifes de coral do mundo e 75% de todas as espécies conhecidas, abrigando mais de três mil espécies de peixes (o dobro do que é encontrado em qualquer outra parte dos oceanos).

Estes recifes produzem recursos naturais que sustentam mais de 130 milhões de pessoas da região e mais outros milhões ao redor do mundo.

Porém, estes recursos preciosos estão correndo risco, especialmente devido à sobrepesca e à pesca destrutiva, mas também ao desenvolvimento costeiro e poluição, que ameaçam mais de 85% dos recifes do Triângulo de Corais, estima o relatório ‘Reefs at Risk Revisited in the Coral Triangle’ publicado nesta semana.

O estudo busca identificar onde estão os recifes mais ameaçados e oferecer dados básicos para que se possa estabelecer e priorizar estratégias específicas de gestão dos ecossistemas.

O novo relatório, produzido com base no estudo ‘Reefs at Risk Revisited’ do World Resources Institute, publicado em 2011, adiciona novas informações às já reunidas na avaliação global do WRI e responde muitas das questões específicas da região do Triângulo de Corais.

Com o uso de imagens de satélite e os mais recentes dados disponíveis, o relatório reflete sobre os impactos dos problemas da sobrepesca e poluição e tenta compreender também os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde dos recifes.

Até 2030, estima o relatório, quase todos os recifes da região devem estar ameaçados, com 80% nas categorias de estresse Alto, Muito Alto e Crítico.

Neste cenário, em 2009 os seis países da região formaram a Iniciativa para os Recifes de Corais, Segurança Alimentar e Pesca do Triângulo de Corais (CTI-CFF, em inglês) visando à preservação deste ambiente.

A parceria já mostra resultados. Os seis países adotaram coletivamente um Plano Regional de Ação, seguido pela adoção de propostas nacionais por cada um deles.

Cinco metas foram adotadas no plano regional: Áreas prioritárias designadas e efetivamente manejadas, abordagem ecossistêmica para a gestão da pesca e outros recursos marinhos integralmente aplicada, áreas marinhas protegidas estabelecidas e efetivamente manejadas, medidas de adaptação às mudanças climáticas cumpridas, melhoria do status das espécies ameaçadas.

Ao redor do globo

A maioria dos recifes de coral do mundo sofre pressão das atividades humanas: mais de 60% estão sob ameaça imediata e direta (sobrepesca, pesca destrutiva, desenvolvimento costeiro, poluição de recursos hídricos e marinhos), porém o número sobe para 75% quando o estresse termal é combinado a estes fatores locais.

O branqueamento de corais é cada vez mais frequente, sendo registrado em todos os recifes do mundo, diz o relatório. O aumento das emissões de dióxido de carbono e a sua absorção pelos oceanos está tornando suas águas mais ácidas, o que influencia no crescimento dos corais e podendo até enfraquecer seus esqueletos.

Ao mesmo tempo, recifes bem cuidados em locais como os Oceanos Índico e Pacífico, podem produzir entre cinco a 15 toneladas de frutos do mar por quilometro quadrado por ano. Pelo menos 94 países e territórios se beneficiam do turismo relacionado aos recifes, sendo que em 23 países a atividade equivale a mais de 15% do PIB. Um total de 150 mil Km da linha costeira em mais de 100 países e territórios são protegidos contra tempestades e erosão pelos recifes de coral, explica o estudo.

Nove países: Comoros, Fiji, Granada, Haiti, Indonésia, Kiribati, Filipinas, Tanzânia e Vanuatu são os mais vulneráveis aos efeitos da degradação destes ecossistemas devido aos níveis de ameaça conjugados com a dependência da população.

“Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), incluindo áreas de exclusão de pesca que sirvam como berçários para os peixes são essenciais para a manutenção da saúde das populações de peixes coralíneos e dos próprios recifes”, comentou Maurice Knight, um dos autores do relatório, completando que apenas a implantação de AMPs não é suficiente.

Incrivelmente, considerando todos estes dados, apenas 28% dos recifes de coral são atualmente englobados por Áreas Marinhas Protegidas, com mais da metade na Austrália. Míseros 6% estão em áreas efetivamente manejadas.

“Reduzir as pressões locais sobre os recifes é a melhor forma de “ganhar tempo” para os recifes. Isto ajudaria na sua sobrevivência ao aquecimento e acidificação dos oceanos enquanto a comunidade global trabalha para reduzir as emissões”, conclui o relatório.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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