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Somália precisa de US$ 2,4 bilhões para combater a fome

Foto : ROBERT SCHIMIDT _ Correio Braziliense

Depois de um chamado de urgência da Organização das Nações Unidas (ONU), reforçado ontem durante a visita do ministro britânico para Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, países da Organização da Conferência Islâmica (OCI) anunciaram uma ajuda de US$ 350 milhões para combater a fome na Somália. As nações da entidade exortaram os líderes dos países ricos a aumentarem as doações, até que se alcance a quantia pleiteada pela ONU, de US$ 2,4 bilhões. No início da semana, o Conselho de Segurança lançou um apelo para que as facções em conflito participem de um encontro previsto para setembro, com a finalidade de discutir a reconstrução institucional da Somália e definir medidas concretas para permitir a chegada da ajuda a 3,6 milhões de pessoas — entre essas, 400 mil crianças — que correm o risco de morrer de inanição.

A visita de Mitchell foi a primeira de um chefe de ministério britânico a visitar o país em 18 anos, segundo a emissora BBC. Ele anunciou uma ajuda de US$ 20 milhões, que inclui comida e medicamentos. “O fato mais grave é que, no sul da Somália, a situação está se deteriorando dia após dia. Poderemos enfrentar mortes em uma escala similar à vista em 1991 e 1992, se não agirmos rapidamente. É uma corrida contra o tempo”, alertou, em Mogadíscio. Com status de ministério, a Secretaria para Desenvolvimento Internacional britânica informou que o mau funcionamento dos serviços de saúde e saneamento abriu as portas para doenças como cólera e sarampo.

Em uma reunião de emergência em Istambul, na Turquia, representantes da OCI se comprometeram com ajuda de US$ 350 milhões, como anunciou o secretário-geral da organização, Ekmeleddin Ihsanoglu. Ele exortou outros países a alcançarem a marca dos US$ 500 milhões o mais rápido possível, o que permitiria a reconstrução da infraestrutura e da agricultura — essenciais, segundo ele, para liquidar com o problema da fome a longo prazo. Após a cúpula, o premiê turco, Tayyip Erdogan, criticou o Ocidente e aqueles que “dirigem seus carros de luxo enquanto ignoram a situação difícil e a pobreza” no país africano. “A fome na Somália é um teste decisivo não só para os muçulmanos, mas para toda a humanidade”, alertou. Em julho, o Brasil anunciou a doação de 38 mil toneladas de alimentos à nação.

Agravante
Situada no nordeste africano, em uma região conhecida como Chifre da África, a Somália foi atingida por uma seca extrema que, combinada ao conflito armado iniciado em 1991, tem levado milhares de pessoas a se refugiar em nações vizinhas. A tensão, iniciada a partir de confrontos tribais, evoluiu para uma guerra civil, que praticamente impossibilita a chegada de auxílio à população. Na segunda-feira, a ONU instou todos os “partidos e grupos armados a garantirem o acesso completo, seguro e sem obstáculos da entrega de ajuda humanitária”.

Entre 4 e 6 de setembro, o representante especial do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon para a Somália, Augustine Mahiga, coordenará uma reunião em Mogadíscio para definir cronogramas e prioridades a serem implementadas pelas TFIs — Instituições Federais de Transição (o governo interino somali). O Conselho de Segurança pediu aos grupos e facções que participem da reunião. Em seu informe oficial, o Conselho demonstrou preocupação com a instabilidade no país, destacando problemas como terrorismo, pirataria, tomada de reféns, além da situação humanitária.

Segundo o analista para o Chifre da África do International Crisis Group (ICG), Rashid Abdi, a situação da Somália é uma crise sem precedentes “em várias maneiras”. “O exemplo mais próximo que temos é a fome na Etiópia, em 1984”, afirmou. Ele explicou ainda que um dos principais problemas tem sido o forte controle da milícia islâmica Al-Shabaab no sul do país, que tem impedido a entrada de ajuda internacional desde 2009.

Como ajudar
Doações para as vítimas da fome podem ser feitas por depósito em conta-corrente ou pela internet:

Unicef

Banco: Bradesco
Agência: 3416-9
C/C: 142700-8

Cruz Vermelha

CNPJ: 04.359.688/0001-51
Banco: HSBC
Agência: 1276
C/C: 01034-73

Médicos Sem Fronteiras

http://msf.org.br/fome-na-somalia/

ActionAid

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Fonte : RENATA TRANCHES _  CORREIO BRAZILIENSE


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