Faz muito tempo que a coleta, a transformação e a venda de materiais recicláveis deixaram a informalidade. Atualmente, o setor é um dos grandes responsáveis pela geração de renda para milhares de trabalhadores e também pela reciclagem de resíduos sólidos no Brasil. As cooperativas de catadores são as que mais movimentam o ramo, tanto na parte ambiental como na econômica.
Elas aparecem como principais responsáveis pelos altos índices de reciclagem de resíduos sólidos como papel, alumínio, plásticos diversos, metais e vidros, colocando o Brasil entre os maiores recicladores desses materiais.
Um balanço divulgado esta semana pela Rede Solidária das Cooperativas de Reciclagem de Sorocaba e Região, a Cata-Vida, demonstra a importância do trabalho dos catadores e catadoras de resíduos sólidos recicláveis, que atuam em Sorocaba e em outras nove cidades da região.
O levantamento indica que entre os meses de janeiro e junho o faturamento global das cooperativas chegou a R$ 570 mil, beneficiando 260 trabalhadores, que receberam em média, um salário mensal de R$ 500 (Os valores sofrem variação conforme o tipo de material reciclado e cidade onde se localiza a cooperativa).
A catadora Benilza de Oliveira é uma das que trabalha há cinco anos em cooperativas de reciclagem em Sorocaba, no setor de triagem. O seu ganho mensal é referente à quantidade de material produzido. “A minha média de salário é de R$ 500”, diz.
Já a separadeira Fabiana Cândido, 27, exerce a função na cooperativa de Pilar do Sul ao lado de mais 14 funcionários. “Produzimos cerca de 20 mil quilos de material reciclado por mês e tudo é encaminhado à central de Sorocaba para a venda”, comenta Fabiana.
Preservação ambiental
Mas, além da importância financeira e social, o projeto tem um valor ainda mais significativo para a natureza. No mesmo período deste ano, os trabalhadores das nove cooperativas encaminharam para a reciclagem aproximadamente mil e quinhentas toneladas de resíduos sólidos, que se não tivessem sido coletados, beneficiados e comercializados, teriam sido destinados a aterros sanitários, prejudicando a natureza e desperdiçando recursos financeiros e naturais.
“Nosso balanço ecológico retrata a importância da coleta seletiva e, principalmente, do trabalho dos Catadores e Catadoras de materiais recicláveis de Sorocaba e Região”, comenta a coordenadora do projeto, Rita de Cássia Gonçalves Viana.
“Este trabalho – organizado pelo Ceadec, com patrocínio da Petrobras, por meio do Projeto Cata-Vida – tem contribuído com a preservação dos recursos naturais, a geração de renda para os Catadores e Catadoras de materiais recicláveis, a saúde pública, a melhoria da qualidade de vida da população e a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, complementa Rita.
As 10 cooperativas que integram a Rede Solidária Cata-Vida atuam nos municípios de Sorocaba, Salto de Pirapora, Capão Bonito, Piedade, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, Itararé, Itapetininga, Capela do Alto e Guapiara.
15 mil árvores poupadas
Nos primeiros seis meses de 2011, a Rede Cata-Vida coletou 902 toneladas de papéis, 330 de plásticos diversos, 13,5 de alumínios, 117,9 de metais, 107,8 de vidros, totalizando 1.495 toneladas de materiais recicláveis.
Conforme estudo realizado pela Rede Cata-Vida com o apoio da Sabesp, o montante coletado em seis meses foi bastante significativo para a economia de recursos naturais. “Para se ter uma ideia, para cada mil quilos de papéis coletados são economizadas 17 árvores. Considerando que foram coletados 902 toneladas desse tipo de material, podemos dizer que poupamos mais de 15.300 árvores”, explica Rita.
Por Amilton Lourenço
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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