
O desmatamento na Amazônia Legal caiu 38% em agosto, em relação ao mesmo período de 2010, e 21% em relação a julho de 2011. De acordo com os números divulgados nesta segunda-feira pelo Inpe esse foi o menor desmatamento registrado pelo Deter para este mês e pode cair ainda mais em setembro.
Entre julho/2009 e agosto/2010 foi registrada pelo sistema Prodes área desmatada de 7 mil km2, inferior em 6,2% ao mesmo período de 2008/2009.
De acordo com a ministra Izabella Teixeira ainda é cedo para garantir que as estimativas do Prodes para o período 2010/2011, que só saem no final do ano, confirmem nova queda., “mas é o que esperamos”, admite. O otimismo tem também um outro motivo. É que os números de agosto, um dos meses preferidos pelos desmatadores, já que a seca favorece o acesso e facilita a retirada de madeira das áreas desmatadas, ficaram bem abaixo do esperado. “É um mês em que tradicionalmente o desmatamento costuma crescer”, avalia Mauro Pires, diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente.
A cobertura de nuvens, um dos fatores que mais influenciam a precisão dos dados nos dois sistemas, foi a menor dos últimos três anos. “São dados muito mais confiáveis e que revelam que as estratégias de combate ao desmatamento estão surtindo efeito”, avaliou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara. Ele leva em conta a ação do Gabinete de Crise, instaurado em fins de abril, para conter o crescimento do desmatamento em algumas regiões, resultando na Operação Disparada, empreendida pelo Ibama desde o início de abril. Desde janeiro a fiscalização aplicou 1,2 bilhão em multas, apreendeu 226 caminhões, 40 mil metros cúbicos de madeira em toras e 21 mil em madeira cerrada.
O Mato Grosso foi o estado que mais desmatou entre janeiro e agosto de 2011. Foram 769 Km2 de supressão de floresta, contra 399 do Pará, que ficou em segundo, e 249 de Rondônia, em terceiro. O Governo está identificando as causas que levaram ao desmatamento, e qual a parcela feita de acordo com a legislação, que permite a supressão de até 20% da vegetação na Amazônia.
Os dados do Inpe indicam ainda que o novo perfil de desmatamento vem se firmando. Em vez da derrubada em grande escala, que predominou até a instituição do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, em 2004, o desmate agora é em pequenas áreas.
Dos 48 municípios listados com os maiores desmatadores na Amazônia, 40 já conseguiram reduzir as taxas de desmatamento. Os que continuam desmantando nos níveis de 2008/2009 serão chamados para rediscutirem as estratégias de redução que precisam ser adotadas.
A partir dos números do Prodes 2010/2011 a lista dos maiores desmatadores será redefinida. A expectativa é que alguns municípios, a exemplo de Paragominas no Pará, sejam excluídos da lista e outros venham a integrá-la. Isso porque o Inpe vem identificando aumento expressivo nas áreas desmatadas em municípios que não fazem parte da relação.
Fonte : Paulenir Constâncio
ASCOM_ Ministério do Meio Ambiente
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