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O negócio está para peixe! Agricultura biodinâmica!

 

Com a água de nascentes recém-recuperadas e tanques de peixes, que a equipe do JORNAL DO OESTE avistou uma propriedade diferente das demais que a cercam.

Há poucos quilômetros do Centro de Toledo, entre os distritos de Xaxim e Concórdia do Oeste, um novo conceito de agricultura está em fase de adiantada de implantação. A biodinâmica. Hoje, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, trazemos ao leitor o relato dessa experiência que busca o equilíbrio entre lavouras, criação de animais e o uso de reservas naturais.

Há três anos, o proprietário resolveu apostar na corrente da agricultura biodinâmica. Foi aí que entrou na história o especialista, que prefere ser chamado de jardineiro, Vilmar Rodrigues Galvão. Ele desenvolveu o projeto, baseado na teoria do filósofo polonês Rudolf Steiner, que busca por meio do equilíbrio das atividades agrícolas a auto-sustentabilidade da propriedade.

MUDANÇAS – O primeiro passo foi a recuperação das nascentes e a busca por plantas nativas para serem recolocadas no lugar. Os tanques de peixes foram remodelados e obtiveram a licença ambiental. Hoje são oito açudes, produzindo 50 toneladas de peixes – tilápias e carpas. As construções também foram feitas de forma que se harmonizassem à natureza.
Até mesmo, a destinação da água utilizada no banheiro e na pia da cozinha é feita de forma a não agredir o meio ambiente. Para tanto foram colocados filtros, utilizando as qualidades de certas plantas como a bananeira e o caeté. “Tudo foi pensado para provar que é possível o homem viver em harmonia com o meio em que vive”, ressalta Galvão.
HARMONIA – No lugar, nada foi plantado ou instalado sem intenção. São 800 mudas de rosas somente em volta da casa e mais 500 orquídeas para além de embelezar, perfumar a residência. Há 125 espécies de plantas medicinais. A maioria dos animais é criada livre para o sustento do caseiro e dos demais funcionários e também do proprietário quando permanece no local. São 170 ovelhas, 30 porcos crioulos, 10 cabeças de gados, galinhas, marrecos, codornas, coelhos e patos. Ainda há uma infinidade de aves. Na propriedade também há 6 mil pés de maçã, 450 pés de limão e 2,5 mil pés de pêssegos.  E outras tantas mudas frutíferas que não são plantadas em larga escala, como amora preta, uva, laranja, bergamota, kiwi, entre outras.
O QUE HÁ DIFERENTE – A diferença desta para as demais fazendas, chácaras e sítios é a interação e o respeito. A propriedade é entendida como um todo, como um sistema integral, um sistema vivo que deve poder assegurar a auto-sustentabilidade. Atualmente, a maioria das necessidades daqueles que vivem ali são supridas pelo que é oferecido pelo meio. Raramente é preciso sair do lugar para se obter um produto.
E, além disso, existe a renda que não se deixou de lado. Os açudes de peixe já dão lucro e, em breve, a plantação das árvores frutíferas também será suficiente para cobrir o investimento. É claro que nesta nova filosofia, busca-se não somente comercializar o produto bruto, mas ele beneficiado de forma sustentável na própria propriedade.
Tudo isso sem a utilização de fertilizantes sintéticos, fungicidas, herbicidas ou pesticidas. Em alternativa são utilizados diversos preparados que, aplicados de acordo com os ritmos da natureza, incentivam o regresso da vida ao solo e as melhorias na vida equilibrada.

fonte: Angélica Maria – jornaldooeste


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