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Gene da sociabilidade pode ser identificado em 20 segundos, diz estudo

Variantes do chamado receptor da ocitocina (OTR) foram vinculados em estudos anteriores a comportamentos sociais

 Seres humanos são capazes de avaliar se um estranho possui determinados genes associados à sociabilidade em apenas 20 segundos, segundo afirmam pesquisadores canadenses. Os genes, duas variantes do chamado receptor da ocitocina (OTR), foram vinculados em estudos anteriores a comportamentos sociais.

Durante o experimento, pessoas convidadas a avaliar a capacidade de empatia de estranhos – ao observar a forma como interagiam com outras pessoas – conseguiram identificar quais dos indivíduos possuíam as variantes. Os genes estão associados à presença, no organismo, do hormônio ocitocina, que influencia a produção do leite e a formação do vínculo entre a mãe e o bebê.

O hormônio também parece influenciar as habilidades sociais do indivíduo, tendo sido batizado de “hormônio do amor”. Duas variantes do OTR – chamadas G e A – foram associadas a traços de sociabilidade.

Estudos anteriores demonstraram que pessoas com duas cópias da variante G apresentam menor probabilidade de sofrer de autismo e níveis mais altos de empatia, emoções positivas e sociabilidade se comparadas com as que possuem uma cópia de cada ou com as que possuem duas cópias da variante A.

Experimento

A equipe da Universidade de Toronto, no Canadá, registrou em vídeo 23 casais para o estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Durante a gravação, um parceiro descrevia um momento de muito sofrimento em sua vida, enquanto o outro apenas ouvia.

Voluntários que não conheciam os casais filmados foram convidados a assistir trechos dos filmes sem áudio, com apenas 20 segundos de duração, atribuindo notas ao parceiro que ouvia a história de acordo com um seus traços sociais – por exemplo, empatia ou o cuidado com o outro.

O estudo concluiu que pessoas com as variantes GG são mais “pró-sociais” do que pessoas AG ou AA.

Entre as dez pessoas mais confiáveis escolhidas pelos voluntários, seis possuíam as variantes GG. Entre as dez menos confiáveis, nove possuíam pelo menos uma cópia da variante A.

“Nossos resultados indicam que mesmo variações genéticas pequenas podem ter impacto tangível sobre o comportamento das pessoas e essas diferenças em comportamento são rapidamente percebidas por outros”, disse Aleksandr Kogan, um dos pesquisadores envolvidos na pesquisa.

“Nosso estudo investigou se estas diferenças se manifestam em comportamentos que são detectáveis rapidamente por estranhos, e a resposta foi sim”, afirmou.

“Foi incrível observar como os dados se alinharam ao genótipo de forma tão marcante”, disse outra integrante da equipe, a pesquisadora Sarina Rodrigues Saturn, da Oregon State University.

“Faz sentido que um gene crucial para os processos sociais produza esses resultados, outros estudos demonstraram que as pessoas são ótimas em julgar outros à distância e que as primeiras impressões realmente causam impacto.”

Fonte: Estadão


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