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Ferro-gusa já registra recuperação

Apesar de não ter se recuperado plenamente após os efeitos da crise de 2008, a indústria mineira de ferro-gusa encerra este ano com expansão e perspectivas de melhoras no próximo ano, mesmo diante de uma nova onda de complicações no cenário econômico internacional.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado, o setor, que vem retomando espaço no mercado interno desde 2009, apresentará crescimento de 5% neste exercício frente 2010. A maior evolução, no entanto, está nas exportações. Depois de registrar fraco desempenho nos últimos dois anos, a comercialização internacional de ferro-gusa e fundidos produzidos em Minas cresceu 12% em 2011 em relação ao ano passado.

Em nível nacional, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de ferro fundido bruto e ferro-gusa apresentaram alta de 90,6% no acumulado dos onze meses do ano.

De janeiro a novembro, os embarques somaram US$ 1,545 bilhão contra US$ 810 milhões no mesmo período do ano passado. Apenas no penúltimo mês, foram R$ 151,652 milhões em exportações, um avanço de 98,9% ante os US$ 76,245 contabilizados em novembro de 2010.

“O crescimento é significativo, mas vale ressaltar que a alta é muito maior em termos de valores que de volumes em razão da recente valorização do dólar, que ajudou a compensar parte da defasagem que havia por conta do real forteõ, analisa o presidente do Sindifer-MG.

Demanda – Segundo ele, o aumento da demanda pelos Estados Unidos, que no Brasil foi cerca de dez vezes maior que no ano passado, foi um dos principais responsáveis pelo desempenho positivo do setor em Minas Gerais. “Os EUA ainda são nosso maior parceiro comercial, apesar do aumento da comercialização com a Ásia, que possui um mercado muito instável para o setor”, explica.

Para o próximo exercício, Cançado aposta na melhora gradativa do setor, embora não tenha se arriscado a fazer uma previsão de crescimento. No entanto, ele ressalta que a volatilidade do mercado externo continua sendo motivo de cautela em relação à realização de investimentos.

“Como não voltamos a atingir os patamares alcançados até meados de 2008, no pré-crise, ainda há capacidade ociosa na produção. Algumas empresas ainda possuem altos-fornos abafados em razão disso e os projetos de expansão que foram iniciados há alguns anos continuam suspensos até que a situação do mercado internacional dê sinais de melhora”, afirma o presidente.

A capacidade de produção das 54 empresas de ferro-gusa do Estado chega a aproximadamente 6 milhões de toneladas por ano. Atualmente, o setor opera com 52% do nível de capacidade instalada e atingirá, até dezembro, a marca de 3 milhões de toneladas anuais. As exportações mineiras do segmento, que antes da crise de 2008 representavam 50% do total comercializado internacionalmente pelo Brasil, hoje não chegam a 20%.

“Para se manterem na atividade, as empresas tiveram de fazer grandes cortes nos custos de produção e também nas margens de lucro para tornar o preço do produto mais competitivo e se ajustar à demanda do mercado. Algumas companhias estão implantando usinas termelétricas para aproveitar na geração d eenergia os gases eliminados pelos altos-fornos como mais uma medida para reduzir gastos. Apesar dos esforços, o setor já atingiu o seu limite, não há mais como diminuir os custos sem investimentos e não há capital e retorno suficiente para viabilizar os aportes”, argumenta Cançado.

Apesar de complexa, o presidente acredita que a situação tende a melhorar em função da implementação pelo governo federal do plano Brasil Maior. Lançado em setembro, uma das premissas do programa é o incentivo à exportação brasileira através da concessão de benefícios, sobretudo dos setores mais afetados pela valorização cambial.

Fonte: Foundry Gate

De janeiro a novembro, os embarques somaram US$ 1,545 bilhão contra US$ 810 milhões no mesmo período do ano passado.
De janeiro a novembro, os embarques somaram US$ 1,545 bilhão contra US$ 810 milhões no mesmo período do ano passado.

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Comentários

Uma resposta para “Ferro-gusa já registra recuperação”

  1. Avatar de Rafael David Escobar
    Rafael David Escobar

    É interessante este mercado, desejo entrar nesse mercado, tenho um irmão radicado nos Estados Unidos trabalhando nesse mercado com exportador e quer importar do Brasil, pois tem empresas compradoras dipostas importar do Brasil, eis o motivo deste comentário do qual espero receber contatos para o tel. (21) 96959445 e (21)85309297

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