A situação do etanol brasileiro poderá ficar mais difícil nos Estados Unidos. A culpa é de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados dos EUA, que prevê a extensão dos impostos de importação para o álcool de outros países.
A resolução 3552, apresentada por Charles Rangel, deputado democrata de Nova York, já se deparou com a oposição da indústria brasileira de cana-de-açúcar, que declarou que os EUA deveriam parar de impor tarifas ao etanol estrangeiro já que a justificativa para os encargos de importação – compensar o crédito fiscal dos produtores de álcool de milho – será desnecessária com o término do crédito fiscal do etanol em dezembro.
Segundo Letícia Philips, representante da União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), essa medida poderá ter impactos significativos no preço da gasolina nos EUA e na indústria brasileira de álcool.
“Interesses especiais podem aplaudir esse aumento na proteção comercial, mas os verdadeiros perdedores são os americanos, já que a falta de competição manterá os preços do etanol artificialmente altos”, explicou Philips.
“Tal movimento para criar mais desigualdades também gerará o risco de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais, incluindo nações amigas como o Brasil”, acrescentou a representante da UNICA. Philips afirmou ainda que o Brasil eliminou os subsídios governamentais para o etanol há mais de uma década e que não taxa o álcool norte-americano desde 2010.
A oposição foi apoiada por outras instituições dos EUA, como a própria Câmara do Comércio. “Essas barreiras comerciais impedem aos consumidores dos EUA escolhas abundantes e potencialmente mais econômicas de nações amigas como o Brasil”, disse a Câmara.
Recentemente, os norte-americanos também entraram em conflito com um de seus maiores parceiros comerciais, a China. A razão do conflito foi a possível imposição de encargos nos painéis solares chineses importados para os EUA.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
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