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Estado avança na preservação

Parte da Mata Atlântica do litoral do Paraná está sendo restaurada. O Projeto Serra Nativa pretende recuperar uma área de 1.300 hectares, em Morretes. Fonte : grupo Norske Skog, da Noruega

A recuperação de áreas degradadas é um dos principais desafios para cientistas, poder público e todos os atores sociais que buscam reverter o processo de destruição das florestas. No Espírito Santo, o foco está na implantação de novos modelos de restauração florestal, segundo o Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de São Paulo, Pedro Henrique Santin Brancalion, que vai ministrar palestra do projeto Ano Internacional das Florestas – Florestas para o Povo, nesta quarta-feira, ( 09/11), em Cachoeiro de Itapemirim. Antes, ele conversou com A GAZETA sobre o assunto.

Houve avanços na recuperação de florestas?
Muitos. No início, privilegiava-se a parte visual da fisionomia de uma floresta, as interações ecológicas e alguns detalhes mais complexos das florestas nativas. De uns tempos pra cá, houve um avanço no sentido de incorporar modelos de sucessão florestal nas iniciativas de restauração. A gente caminha agora para incorporação de usos econômicos dessas florestas em processo de recuperação.

Como isso funciona?
A maioria dessas áreas degradadas, que se concentram em áreas de pastagens e locais de alta declividade, são situações de baixa aptidão agrícola e pecuária, mas de alta aptidão florestal. Nessa situação, o produtor rural ganha, em média, R$ 150 por hectare, por ano, que é um rendimento baixíssimo. Hoje, já existem modelos que permitem um rendimento de R$ 500 por hectare com base na produção de madeira de espécie nativa. Isso sem falar nas potencialidades de certificação florestal, de produtos florestais não-madeireiros, de uso dessas áreas como compensação da reserva legal de outras propriedades.

Isso é feito no Estado?
Sim. Pelo tamanho, pela organização política e pelo ambiente favorável à prática de restauração florestal, o Espírito Santo está servindo como área modelo para a geração de sistemas e tecnologias que possam ser replicadas em toda a Mata Atlântica. Outro exemplo que está sendo testado é o de plantios mistos de eucalipto com espécies nativas para uso madeireiro. Após seis anos, o eucalipto é coletado e depois, ao longo do tempo, essa área é ocupada apenas por espécies nativas. Nesse tipo de plantio, é possível ter um retorno, em média, de R$ 3.500 ao final de seis anos, o que representa um valor muito superior simplesmente mantendo uma pecuária extensiva de baixa produtividade nessas áreas.

O que a população urbana pode fazer para ajudar?
Poderia, por exemplo, cobrar dos agentes públicos uma proteção maior dos recursos naturais, como a água. A cobrança política certamente traria resultados em termos de políticas públicas voltadas para a restauração ambiental.

Participe
Projeto Ano Internacional das Florestas – Florestas para o Povo
Seminário: “Recuperação Florestal”
Quando: nesta quarta-feira
Onde:Centro Universitário São Camilo – Rua São Camilo Lellis, 01, Paraíso, Cachoeiro de Itapemirim
Horário: 14 às 17 horas
Inscrições: www.florestasdoes.com.br;

Fonte : Gazetaonline_  Daniella Zanotti

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