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Embrapa pesquisa arborização com espécies nativas

Segundo João Gilberto Bento, da ABCZ, a campanha tem foco no plantio de espécies de árvores nativas e, a princípio, não está vinculada ao sistema de integração pecuária-floresta, ou silvipastoril. “Estamos pensando em ganhos ambientais, bem-estar animal e na melhora da produtividade do rebanho. De todo modo, o sistema silvipastoril é interessante economicamente.” A Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), tem pesquisa iniciada em 2007 sobre arborização de pastagens com espécies nativas, liderado pela pesquisadora Maria Luiza F. Nicodemo. “O objetivo é conhecer o comportamento de espécies nesse tipo de sistema. Poderemos recomendar espécies mais adequadas sob vários aspectos, como a interação entre os animais e pasto”, diz o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, Carlos Eduardo Santos. / F.Y. (ESTADO de SÃO PAULO) 

Embrapa Pecuária Sudeste cria corredor ecológico com árvores nativas

Unidade implantou corredor ecológico interligando a mata da empresa à reserva da Fazenda Engenho Velho. Foram plantadas quase dez mil árvores nativas.
A adoção do sistema silvipastoril é uma forma de diversificação e de agregação de valor à atividade da pecuária.Fonte : INCAPER/ES.gov

O assunto principal de pesquisa na Embrapa Pecuária Sudeste são os animais, bovinos e ovinos, como já indica o nome da unidade de São Carlos (SP). No entanto, a preocupação com as florestas não foi deixada de lado. Afinal, dos 2.400 hectares da fazenda onde está localizado o centro, 40% são de área protegida – sendo 600 hectares de cerrado e 112 hectares de Mata Atlântica.

Para ajudar a preservar este valioso patrimônio ambiental, a Embrapa Pecuária Sudeste implantou há pouco mais de quatro anos um corredor ecológico de seis hectares (600 m x 100 m) interligando a mata da empresa à reserva da Fazenda Engenho Velho. Foram plantadas quase dez mil árvores nativas.

Segundo a pesquisadora Maria Luiza Nicodemo, uma das responsáveis pelo projeto, o objetivo foi restaurar as ligações entre áreas naturais da paisagem e ampliar os fluxos genéticos de animais e vegetais. “A fragmentação limita a dispersão de animais, pólen, esporos, sementes e propágulos, levando à diminuição da diversidade biológica e ao isolamento de populações, além de reduzir a escala de recursos disponíveis”, explica.

E o projeto não para por aí. A intenção é ligar esta área às matas do Parque Ecológico e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), formando uma área preservada com cerca de nove quilômetros de comprimento e mil hectares.

Arborização de pastagens com espécies florestais

Outra iniciativa da unidade é o estudo sobre sistemas agroflorestais com espécies florestais nativas, desenvolvido há quase quatro anos em uma área de 14 hectares da fazenda. A iniciativa busca avaliar a adaptação e o desenvolvimento de sete espécies florestais nativas para uso em sistemas agroflorestais.

De acordo com Maria Luiza, a arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras ou fixadoras de nitrogênio diversifica a renda do produtor e contribuiu para a sustentabilidade das pastagens. “Várias espécies florestais nativas são indicadas para a produção de madeira valiosa, são de silvicultura conhecida e apresentam possibilidade de corte entre 15 e 20 anos, o que as torna uma alternativa ao eucalipto”, explica.

Uma opção é o plantio em arranjos mistos em sistemas silvipastoris. O plantio combinado de espécies nativas visa reduzir riscos de pragas e doenças, obter efeitos complementares pela diversidade (oferta de abrigo, alimento e outros recursos para fauna e aporte de nitrogênio, por exemplo), bem como permitir maior flexibilidade na seleção de plantas para raleamento ou geração de renda. O aporte de nitrogênio pelas árvores pode contribuir bastante para a persistência e recuperação das pastagens.

As árvores foram plantadas em três linhas, acompanhando o nível do terreno e com distância entre elas de 2,5 m x 2,5 m, resultando em cerca de 600 delas por hectare. Na linha central, foram testadas as espécies angico-branco, canafístula, ipê-felpudo, jequitibá-branco e pau-jacaré. Para tutoramento e proteção delas, foram plantadas duas linhas marginais de mutambo e capixingui.

Fonte : Larissa Morais_ Embrapa Pecuária Sudeste


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