Pesquisa do Instituto Trata Brasil indica que mais da metade dos pacientes internados por diarréia são crianças. A enfermidade é a mais associada à falta do serviço de tratamento de esgotos ou a uma cobertura precária.
A constatação vem da pesquisa Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População, realizado em 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes, entre 2003 e 2008. O estudo, feito a pedido do Instituto Trata Brasil*, analisou a influência da ruim oferta de coleta e tratamento de esgotos no Sistema Único de Saúde.
De acordo com o presidente do Instituto, Édison Carlos, o país se divide entre municípios com boa oferta dos serviços de coleta de esgoto e, portanto, com baixos índices de internação por contaminação, e aqueles com baixíssimo nível de cobertura do serviço, onde os moradores estão mais expostos a enfermidades.
Entre as doenças que se proliferam por causa da falta de saneamento básico, ou de um serviço ruim, a diarréia é a mais frequente. O estudo revela que as taxas de internação por esta enfermidade tendem a cair conforme há uma expansão de esgotamento sanitário. Nas dez cidades onde há maior cobertura do serviço, houve uma média de 49 internações a cada 100 mil habitantes. Na outra ponta do ranking, entre as dez cidades onde o serviço é precário, essa taxa é quatro vezes maior. Os piores índices estão em Ananindeua/PA, Belém/PA e Nova Iguaçu/RJ. No geral, as maiores taxas de internação por causa de diarréia, feitas entre 2003 e 2008, estão nas regiões Norte, Nordeste e nas periferias das grandes cidades.
O Instituto destaca o resultado outros dois municípios, que estão entre os de maiores taxas de internação por diarréia:
– Belford Roxo/RJ, segundo lugar entre os municípios com maior participação de pobres em sua população e onde os custos de hospitalização pela doença está entre os maiores do país e
– Maceió/AL, uma das piores cidades em coleta de esgoto e em taxa de internação por diarréias. Também está entre as dez com os maiores custos de internação.
Mais uma vez, essas estatísticas mostram que o pleno acesso ao saneamento básico é a garantia para melhoria de saúde, qualidade de vida e de um futuro sustentável para o país. Uma das conclusões do estudo, feito pelos pesquisadores Denise Maria Penna Kronemberger e Judicael Clevelário Júnior, é o de que crianças menores de cinco anos precisam de boas condições de saúde e bem-estar para seu desenvolvimento, mais do que o restante da população.
Fonte: planeta Sustentável
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