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Cresce a inclusão social nas PMEs, mas muito ainda precisa ser feito

O projeto de aprendizagem de apoio à viabilidade de uma PME_São desafios que devem ser utilizados para desenvolver as habilidades dos empregados e da empresa de forma sistemática. Isto é feito de acordo com os princípios e métodos do projeto.Fonte : flammarion cysneiro

 Diferente das empresas de grande porte, as pequenas e médias organizações não são obrigadas, por lei, a cumprirem a cota de contratação de portadores de deficiência. Contudo, ao que parece, nada tem impedido as mesmas de participarem mais ativamente deste mercado – e isso, independentemente da ajuda do governo ou de outras instituições.

De acordo com o gerente de inclusão e capacitação profissional da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), Marcelo Vitoriano, a estimativa é que, hoje, o volume total de pessoas com deficiência contratado por tais empresas seja superior a 30% – percentual visto como um marco para o setor.

“O número é significativo, pois até então supunha-se que a maioria das organizações contratavam apenas para responder a lei de cotas. Com isso, é possível concluir que muitas empresas contratam sim, pessoas com deficiência. E isso, justamente por acreditar na diversidade como valor importante e agregador para sua companhia”, diz Vitoriano.

Driblando as dificuldades
Mas receber um portador de deficiência dentro de uma organização não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer, afinal, toda infraestrutura, acessibilidade, bem como os equipamentos de uso profissional devem ser reconsiderados pelos gestores de uma corporação.

Uma boa dica para driblar as dificuldades é se ater as adaptações necessárias, antes de efetivar uma contratação. Desta maneira, garantir uma inclusão de qualidade será mais fácil. Mas, a pergunta que fica é: por onde começar?

A primeira recomendação para os empresários que desejam receber alguém com mobilidade reduzida diz respeito ao preparo do ambiente. “As empresas de pequeno e médio porte devem buscar acessibilidade física e disponibilizar apoios para todos os tipos de necessidades, tais como softwares para os cegos e libras para os surdos”, aconselha Vitoriano.

E não pense que os custos devem ser um problema. Afinal, os mesmos precisam estar previstos no orçamento da companhia. “As empresas que argumentam que as adequações não são possíveis em função do alto custo, em geral são organizações onde o preconceito ainda persiste ou que não perceberam ainda que investir na diversidade, como valor, é algo bom para a sociedade e para os negócios”, diz Vitoriano.

Inclusão social
Outra orientação refere-se ao preparo das pessoas e equipe de Recursos Humanos para a recepção das pessoas com deficiência na organização. Neste ponto, saber como aplicar a inclusão social é fundamental. Por isso, o ideal é que haja uma metodologia ou um planejamento que viabilize tal inclusão.

“Não adianta só qualificar a pessoa com deficiência, é preciso adequar também o ambiente e orientar os profissionais que irão recebê-la para que eles saibam como tratar tal pessoa”, diz a representante do Serviço de Qualificação e Inclusão Profissional da Apae de São Paulo, Maria Aparecida Baptista Soler.

Segundo ela, essa é uma das maneiras mais adequadas de assegurar o sucesso de uma contratação.”Na maior parte dos casos, os profissionais não sabem como se comportar em relação ao novo funcionário e têm dúvidas até se devem chamar o colega para almoçar ou não”, completa Maria Aparecida.

Preferência nas empresas
Atualmente, um problema observado na contratação de portadores de deficiência tem impactado o mercado de trabalho nas organizações de todos os portes: a preferência por graus mais moderados.

Para se ter uma ideia, segundo informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) divulgadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em 2011, o número de contratações de deficientes com problemas físicos pelas empresas foi de 54,47%. Em contrapartida, o percentual de contratações de pessoas com deficiência múltipla ficou registrado em apenas 1,26%, conforme os dados indicados à seguir.

Contratação de Portadores de Deficiência pelas Empresas
Tipo de deficiência Percentual
Física 54,47%
Auditiva 22,49%
Visual 5,79%
Intelectual 5,10%
Múltipla 1,26%
Reabilitados 10,90%
Fonte: (RAIS 2011) Ministério do Trabalho e Emprego

Na opinião de Vitoriano, tal cenário demonstra que pode existir dentro da inclusão, uma exclusão por conta do tipo de deficiência, o que torna o problema ainda mais preocupante. “Tal fato nos leva a discutir a necessidade de priorizar a contratação de pessoas que hoje apresentam um menor número de inclusão”, diz Vitoriano.

Fonte : InfoMoney _  Eliane Quinalia


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