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COP17 apresenta avanços nas negociações climáticas

As grandes nações emissoras de gases do efeito estufa declararam na Conferência das Partes de Durban (COP17), que termina nesta sexta-feira (9), estarem dispostas a aceitar a proposta europeia de que seja criado em 2015 um acordo climático internacional que entre em vigor em 2020.

As delegações dos Estados Unidos, China e Brasil afirmaram nesta segunda-feira (5) que são favoráveis à ideia, até porque seus países já possuem algum tipo de meta, estabelecidas internamente ou em conferências anteriores, para os próximos 10 anos.

Porém, a China fez uma ressalva. Só aceita o plano europeu se algumas promessas que já foram firmadas anteriormente forem cumpridas pelas nações industrializadas. Como, por exemplo, um segundo período de compromisso sob o Protocolo de Quioto, a arrecadação de US$ 30 bilhões anuais em auxílio climático para países pobres até 2012 e de US$ 100 bilhões anuais até 2020.

O negociador chefe dos EUA, Todd Stern, está cético com a nova postura do gigante asiático, dizendo que não acredita que o governo chinês queira realmente uma lei internacional que limite suas emissões.

“A questão que defendemos é que todas as nações devem possuir metas, sem exceções. Se isso for alcançado, não teremos mais objeções com um novo acordo climático”, afirmou Stern.

Os chineses rebateram as críticas declarando que pelo menos possuem leis nacionais que limitam as emissões industriais, enquanto nos EUA o congresso impediu a aprovação das leis climáticas.

De qualquer forma, diversas autoridades estão vendo avanços em Durban e esperam por um resultado bem acima das expectativas.

“O segundo período de compromissos do Protocolo de Quioto está muito mais perto de ser conseguido hoje do que estava antes da COP17 começar. Muitos países estão falando em como fazer isso acontecer e não mais se o protocolo deve continuar”, afirmou Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

Figueres destacou ainda que mesmo as nações que já se disseram contrárias a Quioto – EUA, Japão, Rússia e Canadá – não vão se opor se outros países escolherem manter o tratado.

“O maior problema é que quem ficar de fora provavelmente terá que provar que vai estabelecer metas semelhantes aos que assinarem a extensão. Isso pode se mostrar bem difícil de acontecer ainda na própria COP17”, explicou.

Adiamento

Mas nem todos estão satisfeitos com o andamento das negociações em Durban, que parecem tender realmente para acatar a proposta europeia.

A Índia e as nações mais vulneráveis alertam que adiar mais uma vez a adoção de metas de emissões está longe de ser uma boa opção.

“Em vez de concluírem as negociações agora, estão tentando lançar uma nova rota que pode estabelecer um sistema ainda mais fraco do que já temos. Tememos que não tenhamos metas juridicamente obrigatórias nos próximos 10 anos”, alertou um diplomata africano.

“Todas as opções dos países desenvolvidos até agora levam a redução das ambições”, concordou um porta-voz da Venezuela.

“Negociar um novo acordo climático levará tempo demais e será a receita para a inação”, completou Andy Atkins, diretor do grupo Amigos da Terra.

Os indianos, além de criticar o adiamento, não estão dispostos a terem metas obrigatórias, mesmo que elas sejam para além de 2020. Os negociadores do país afirmam que somente as nações mais ricas têm a obrigação de reduzir suas emissões e não os países que apenas recentemente começaram a sair da miséria.

“Estão tentando passar a imagem de que a Índia está obstruindo as negociações, o que não é verdade. Nós somos a favor de iniciativas construtivas e nossas convicções são transparentes e públicas”, afirmou Jayanti Natarajan, ministro indiano do Meio Ambiente.

A delegação indiana defende que antes de se conversar sobre um novo tratado, a COP17 deveria decidir como colocar em prática as promessas já estabelecidas, como o fundo de ajuda climática.

“Nosso objetivo em Durban é ajudar os países mais vulneráveis às mudanças climáticas, não lançar um processo para um novo tratado. Não é sobre isso que são as atuais negociações”, concluiu Jayant Mauskar, líder da delegação indiana.

A ministra do Meio Ambiente brasileira, Izabella Teixeira, deve chegar à Durban nesta quarta-feira (7). O Brasil recebeu na última sexta-feira (2) o irônico prêmio ‘Fóssil do Dia’, por causa da afirmação de que o novo código florestal ajudaria a reduzir as emissões.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

Delegações estão mais perto de concordar com o plano europeu que sugere um acordo climático com metas para todos os países a partir de 2020 e que contempla um segundo período de compromissos do Protocolo de Quioto
Delegações estão mais perto de concordar com o plano europeu que sugere um acordo climático com metas para todos os países a partir de 2020 e que contempla um segundo período de compromissos do Protocolo de Quioto

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