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As empresas brasileiras ganham o mundo

A internacionalização das empresas brasileiras é um fenômeno relativamente recente, mas chama à atenção a velocidade do desenvolvimento de marcas brasileiras mundo afora.

Mas foi a partir da década de 1990 que de fato, se viu sedimentar a internacionalização da economia brasileira, e dessa forma abriu-se o caminho para a expansão das empresas para o exterior, principalmente através da liberalização das importações, o fluxo de capitais, e a privatização.

Durante o período de 2000 e 2003, a média do Investimento Estrangeiro Direto (IED) do Brasil era de apenas de 1 bilhão de dólares,mas Em 2010, as 20 maiores empresas brasileiras investiram 56 bilhões de dólares no exterior.

Entre os principais fatores que impulsionam a internacionalização das empresas de capitais brasileiros se destaca a tentativa destas firmas de aumentar sua participação no mercado mundial, gerar economias de escala, ampliar o leque de compradores ante o estancamento do mercado local e traspassar as barreiras fiscais.

Uma grande proporção destes fluxos de investimento – que compreendem empresas de porte internacional, mas que também, nos últimos anos, atingiram um número relevante de pequenas e médias empresas industriais – explica-se pelo importante papel que adquiriu o Estado brasileiro no processo de internacionalização de empresas mediante a implementação de instrumentos de promoção e facilitação – em especial, a política desenvolvida pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e a expansão de empresas de caráter público.

Provavelmente o aço seja o setor mais importante, com presença em numerosos países de empresas como Gerdau, CSN ou Vale. Ao setor do aço lhe segue em importância o setor automotivo, com investimentos importantes em terceiros países de empresas como Sabó (componentes), Marcopolo (carrocerias de ônibus) e Randon (acoplados e reboques para caminhões). Igualmente importante é a presença no exterior das grandes construtoras brasileiras, como Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez. Também merece destaque o investimento de empresas de tecnologia de ponta como Itautec e Totvs.

O que falar dos aviões da Embraer? Lembro a minha emoção quando em uma de minhas viagens ao exterior, voei numa aeronave da Embraer.

Não podemos deixar de considerar a importância da América do Sul para as empresas brasileiras. Hoje, a expansão dos “negócios” brasileiros nos países vizinhos é inegável: 20% do IED na Bolívia derivam da Petrobras, 80% da soja produzida no Paraguai pertencem a produtores brasileiros, e na Argentina, 24% das aquisições de empresas no país entre 2003-2007 foram de capital brasileiro.

Nesta perspectiva cabe ressaltar que este fenômeno de projeção internacional das corporações brasileiras como uma dimensão inovadora do processo de integração regional mostra seu potencial para converter-se num dos pilares dinamizadores do desenvolvimento econômico da América do Sul.

Pese a isso subsiste no Brasil uma profunda tensão entre a estratégia industrial e as políticas requeridas para implementar um modelo de desenvolvimento com maior inclusão social. Neste sentido, o desafio para o país não só estriba em redefinir e consolidar a internacionalização de suas empresas, de forma tal que esta dimensão de interação empresarial se cristalize como um vetor virtuoso para a integração produtiva regional, senão que ademais implica repensar um modelo de crescimento econômico que articule o desenvolvimento industrial com políticas integrais e inclusivas.

 

Fonte : O POVO _ João Bosco Monte

 

 


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