
A redução no ritmo de desmatamento do Cerrado pode ser atribuída ao aperfeiçoamento da fiscalização ambiental, que tem utilizado dados de monitoramento e estratégias de inteligência, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Dados divulgados hoje mostram que a derrubada no Cerrado caiu de 7,6 mil quilômetros quadrados (km²), entre 2008 e 2009, para 6,4 mil km², entre 2009 e 2010. A taxa de perda anual caiu de 0,37% para 0,32% da área do total do bioma.
-A fiscalização está mais sofisticada, utilizando dados do monitoramento, que permitem um planejamento dirigido para os municípios que mais desmatam, e com o uso da inteligência, em parceria com as instituições da Comissão Interministerial no Combate aos Crimes e Infrações Ambientais-, avaliou.
De janeiro a agosto desse ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou 517 autos de infração e mais de R$142 milhões em multas a 140 municípios do bioma.
O desmatamento no Cerrado, que já perdeu 48,5% da vegetação original, está ligado principalmente à atividade agropecuária e à produção de carvão a partir de madeira nativa. -As forças, as causas, são as mesmas, mas observamos que houve uma redução da dinâmica do desmatamento, agora vamos detalhar com estados e trabalhar em campo para avaliar as causas econômicas e sociais dessa mudança-, disse a ministra.
Segundo Izabella, parte do desmatamento pode ter sido autorizada pelos órgãos ambientais estaduais, que têm prerrogativa para liberar derrubadas dentro da lei. -Não temos controle da supressão de vegetação autorizada pelos estados, estamos verificando o quanto disso foi autorizado e o quanto está ligado ao desmatamento ilegal-.
Com a taxa anual de 7,6 mil km² divulgada hoje, o Brasil atinge a meta de redução do desmatamento do Cerrado em 40%, que estava prevista para 2020 no Plano Nacional sobre Mudança do Clima. A meta tinha como linha de base a derrubada anual de 15 mil km², e foi estabelecida com base na média de desmate entre 1995 e 2008, quando o monitoramento do bioma era menos preciso.
A partir dos novos dados, a meta de redução do desmatamento no Cerrado poderá ser revista, segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas, Bráulio Dias. -A meta foi definida em 2009, usando o melhor dado disponível até então. Hoje já temos informação melhor. Dados mais recentes de queda são a posteriores ao ano em que o Brasil firmou o compromisso. À luz de informações melhores, ela poderá ser revista. O decreto que regulamentou o plano nacional prevê a atualização e a revisão de metas.-
Fonte : ABr – de Brasília / Correio do Brasil
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