Uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estuda o uso da alface transgênica no diagnóstico do vírus da dengue.

Folhas com genes alterados são esperança
Rio – O alface pode se transformar em uma arma contra a dengue. Cientistas da Universidade de Brasília e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deverão estudar o uso da verdura geneticamente modificada como vacina comestível contra a doença.
Segundo o especialista da Embrapa em plantas transgênicas Francisco Aragão, a técnicaconsiste na inoculação de partículas do vírus nas folhas da planta.
“Uma das dificuldades é que a pessoa não poderia comer uma salada e ficar imune à doença. Seria preciso controlar a quantidade exata de proteínas do vírus em cada folha”, explica, acrescentando que para isso seria preciso criar e monitorar condições de temperatura e luminosidade no plantio.
Atualmente, a equipe trabalha no desenvolvimento de teste capaz de diagnosticar a dengue em até 24 horas, usando como reagente as folhas modificadas.
Ontem, o Ministério da Saúde anunciou que vai destinar mais R$ 90 milhões aos municípios que apresentarem propostas inovadoras de combate à dengue. A verba será destinada a 989 municípios. O órgão também informou que vai promover ações de capacitação rápida de 66 mil profissionais de saúde em todo País. (O Dia)
Diagnóstico
A ideia, de acordo com a Embrapa, é produzir um kit de diagnóstico mais econômico e eficiente, capaz de agilizar a detecção da doença pela rede pública de saúde. Os kits de diagnóstico à base de plantas, segundo o órgão, representam um décimo do valor dos convencionais.
O processo consiste na introdução de uma parte do gene do vírus da dengue no DNA da planta. Em seguida, ela é colocada em um meio de cultura com antibiótico, o que vai garantir que apenas as células que receberam o gene do vírus sobrevivam. Por fim, a planta é transferida para um tubo de regeneração.
São necessários quatro meses para a conclusão do procedimento. Ao final, a alface transgênica produz uma partícula viral defeituosa, que será aproveitada como reagente a ser misturado ao sangue coletado. Conforme a reação, o medicamento indicará se o paciente está com os anticorpos do vírus da dengue.
A pesquisa está em fase de validação. O antígeno está sendo testado com o sangue de pessoas que tiveram a doença, que estão registradas no banco de dados da Fiocruz. A expectativa da Embrapa, entretanto, é que a validação demore em torno de dois anos, já que é preciso um aproveitamento de cerca de 95% para que o produto seja liberado para comercialização em grande escala.
Fontes : O DIA / AGÊNCIA BRASIL
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