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Foto: Charles Platiau, Mauro Pimentel/AFP/Pool

‘Depender da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia’, diz Macron

Presidente da França diz que países europeus devem produzir e consumir sua própria soja para evitar a compra do insumo do Brasil, que, na visão de Macron, é feito a partir ‘da floresta destruída’.

Presidente francês Emmanuel Macron veste máscara durante encontro com o primeiro-ministro português António Costa em Paris no dia 16 de dezembro de 2020 — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters
Presidente francês Emmanuel Macron veste máscara durante encontro com o primeiro-ministro português António Costa em Paris no dia 16 de dezembro de 2020 — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

Por G1

O presidente da FrançaEmmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira (12) que “continuar dependendo da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia”.

Em mensagem nas redes sociais, o presidente francês disse: “Somos coerentes com nossas ambições ecológicas. Lutamos para produzir soja na Europa”.

“Quando importamos a soja produzida a um ritmo rápido a partir da floresta destruída no Brasil, nós não somos coerentes”, afirmou. “Nós precisamos da soja brasileira para viver? Então nós vamos produzir soja europeia ou equivalente”, completou.

'Depender da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia', diz Macron

‘Depender da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia’, diz Macron

Na fala, o presidente francês não apresentou dados que corroborem com suas declarações. O G1 entrou em contato com os ministérios de Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Agricultura. O Ministério da Agricultura informou que não irá se manifestar –os outros dois ministérios ainda não se pronunciaram.

França sobe o tom contra desmatamento

O presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. — Foto: Charles Platiau, Mauro Pimentel/AFP/Pool
O presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. — Foto: Charles Platiau, Mauro Pimentel/AFP/Pool

Macron tem dado declarações públicas de descontentamento com a política ambiental brasileira desde meados de 2019, quando as imagens das queimadas na Amazônia correram o mundo e aumentaram a pressão sobre o governo do Brasil em um momento em que a União Europeia negocia um acordo comercial com o Mercosul.

No auge da crise ambiental na região amazônica, Macron se desentendeu com o presidente Jair Bolsonaro, e os dois trocaram acusações públicas. O francês chamou as queimadas que ocorriam no país de “crise global” e disse que os países integrantes do G7 deveriam debater, com urgência, a questão. Em resposta, o brasileiro afirmou que o posicionamento de Macron evocava “mentalidade colonialista descabida no século 21”.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) comentou em nota a fala de Macron. A entidade lamentou que, em sua visão, “o presidente da França busque justificar sua decisão de subsidiar os agricultores franceses atacando a soja brasileira”.

“A soja produzida no bioma Amazônia no Brasil é livre de desmatamento desde 2008, graças à Moratória da Soja, iniciativa internacionalmente reconhecida, que monitora, identifica e bloqueia a aquisição de soja produzida em área desmatada”, alega a associação. Segundo a Abiove, há “risco zero do envio de soja de área desmatada (legal ou ilegal) deste bioma para mercados internacionais”.

Em mais um capítulo da pressão sobre as importações brasileiras, o governo francês decidiu no fim de 2020 se comprometer com produtores agrícolas do país a aumentar em 40% as áreas destinadas ao cultivo de plantas ricas em proteínas, inclusive leguminosas semelhantes à soja.

G1: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/01/12/depender-da-soja-brasileira-e-endossar-o-desmatamento-da-amazonia-diz-macron.ghtml


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