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A tragédia de Mariana em aberto

Foi com um misto de perplexidade, conformismo e uma discreta esperança que visitei Mariana três anos após o maior desastre ambiental do país em 5 de novembro de 2015.

A perplexidade brotou da constatação de que os sinais mais fortes da tragédia ainda são facilmente avistados em localidades como Paracatu de Baixo, comunidade soterrada juntamente com a de Bento Rodrigues e Gesteira, tal qual foram deixadas após a passagem e permanência da lama que encobriu casas e vidas. Ali, por orientação oficial, tudo deve permanecer intocado. Um monumento digno da estupidez e ganância humanas.

Ao mesmo tempo, a rotina da cidade com suas históricas igrejas, paisagens deslumbrantes, culinária mineira de excelência e povo simpático e hospitaleiro, continua a receber turistas e, diga-se de passagem, para esclarecimentos, a cidade de Mariana e seu centro histórico felizmente não foram vitimadas pelo desastre. Mesmo assim famílias atingidas diretamente ainda aguardam solução definitiva para poder voltar a ter uma vida normal.

Daí vem o segundo comentário, o conformismo geral da população de Mariana que mantêm sua rotina levando em conta que apesar de tudo, não existem perspectivas de que uma atividade como a mineração deixará de ter importância no futuro imediato da região. “Uma tristeza, mas que há de se fazer, aconteceu, aconteceu”, diz uma moradora que preferiu não se identificar.

Já em relação à esperança, bilhões de reais já começaram a ser investidos pela Fundação Renova (criada a partir do acordo estabelecido no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta – TTAC). Para remediar e recuperar parte de tudo o que foi perdido, exceto as 19 vidas levadas em definitivo junto com os rejeitos minerais.

Projetos não faltam, muitos estão dando seus primeiros passos e seus resultados são aguardados com expectativa.

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