Um estudo publicado nesta quarta-feira (7) pelo periódico PLos One revelou que as mudanças climáticas poderão prejudicar tão severamente as plantações do café arábica selvagem que a espécie pode ser extinta em menos de 70 anos.
Segundo a pesquisa dos Reais Jardins Botânicos de Kew e de cientistas da Etiópia, até 2080 entre 38% e 99,7% das regiões próprias ao plantio desta espécie de café poderão se tornar desfavoráveis a este fim, o que poderia significar o fim da commodity, bem como um grande prejuízo para os que dependem dessas colheitas como meio de subsistência.
Calcula-se que o café arábica some cerca de 60% da produção global de café, tendo produzido 4,86 milhões de toneladas neste ano no valor de US$ 16 bilhões no comércio atacadista.
“A extinção do café arábica é uma perspectiva assustadora e preocupante”, comentou Aaron Davis, líder de pesquisa em café dos Jardins Botânicos Reais, que conduziu o estudo.
A pesquisa foi desenvolvida através de dois tipos de análise: a de localidade, que apontou uma redução de 65% a 99,7% nas regiões bioclimáticas adequadas para o plantio; e a de área, que indicou uma diminuição de 38% a 90% das regiões adequadas para o cultivo.
Mas a situação pode ser ainda mais grave, já que outros fatores prejudiciais às plantações não foram considerados. “Os modelos assumem uma vegetação natural intacta, enquanto as florestas dos planaltos da Etiópia e do sul do Sudão estão altamente fragmentadas devido ao desmatamento”, escreveram os pesquisadores.
“Outros fatores, como pestes e doenças, mudanças nos períodos de floração, e talvez uma redução no número de aves (que dispersam as sementes de café), não estão incluídos, e esses provavelmente terão uma influência negativa”, acrescentaram.
Davis observou que as descobertas tornam ainda mais importante que organizações especializadas na questão continuem a trabalhar para melhorar a força genética do café arábica cultivado através da preservação das variedades selvagens.
Fonte: Instituto Carbono Brasil

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