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Investidores divulgam guia climático para empresas

Se ainda existia alguma dúvida de que as empresas deveriam se preparar para as mudanças climáticas, ela acabou agora. As companhias que não tomarem atitudes para evitar prejuízos com o aquecimento global podem ficar de fora das opções dos maiores grupos de investidores do mundo.
 
Este é o recado que manda o “Institutional investors’ expectations of corporate climate risk management”, um guia que descreve que tipo de ações as empresas devem fazer para atender as expectativas dos investidores.
 
Coordenado pelos grupos Investor Network on Climate Risk (INCR), European Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC) e Investors Group on Climate Change (IGCC), o documento detalha sete passos que os investidores esperam que as companhias cumpram para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades das mudanças climáticas.
 
“Este guia é uma mensagem clara para as companhias de que os investidores esperam melhores ações para lidar com a complexidade dos desafios climáticos. Desde secas no Texas até enchentes na Tailândia, estamos mais atentos do que nunca ao impacto do clima na economia mundial e no desempenho das empresas. Estamos observando quais empresas estão liderando e quais estão ficando para trás na gestão dos riscos climáticos”, afirmou Jack Ehnes, CEO do California State Teachers’ Retirement System (CalSTRS), responsável pela gestão de US$146 bilhões e membro do INCR.
 
O guia pede que as empresas adotem ações nas áreas de governança, estratégia, objetivos, implementação, inventário de emissões, transparência e políticas públicas.
 
Governança: Para os investidores é fundamental que as companhias possuam um claro entendimento dos riscos climáticos. Diretorias devem estar preparadas para investir em ações de mitigação, assim como em alternativas que possam abrir um leque de oportunidades para ganhos.
 
Muitas empresas já possuem um comitê para ações ambientais ou climáticas, mas é preciso que a diretoria participe das decisões e assuma a responsabilidade de executar as ações sugeridas pelo comitê, até como uma forma de evitar que a burocracia interna prejudique o andamento de medidas importantes.
 
Estratégia: É preciso integrar os riscos e oportunidades climáticos à estratégia geral dos negócios da empresa. Muitos setores, como o energético, já possuem isso. Porém, atualmente é necessário que todas as companhias adotem uma visão sobre as consequências do aquecimento global para seus negócios e comunique aos investidores qual é essa visão.
 
Objetivos: As empresas devem assumir compromissos para mitigar os riscos das mudanças climáticas, definir padrões de desempenho e estabelecer metas de eficiência energética e de redução de gases do efeito estufa. A existência de objetivos é uma boa forma de mobilizar investimentos, incentivar a mão de obra e criar uma relação saudável com os consumidores.
 
Implementação: Para alcançar as metas adotadas ou impostas pelos governos ou clientes, é preciso colocar em prática ações que podem ser mais simples do que se imagina. 

Para muitas companhias, as maiores oportunidades para reduzir emissões estão na linha de produção e a sua otimização pode resultar em ganhos não apenas ambientais, mas econômicos. Além disso, a troca de fornecedores é outra solução que precisa ser trabalhada com mais atenção pelas empresas.

Inventário de Emissões: A medição e o monitoramento das emissões de gases do efeito estufa estão se tornando uma obrigação em muitos países e as companhias devem estar prontas para divulgar seus inventários de emissões.
 
Além disso, os investidores já estão levando em conta esse tipo de informação ao escolher onde aplicar recursos e cada vez mais padrões como o GHG Protocol e o ISO 14064 estão ganhando importância.
 
Transparência: A publicação de relatórios anuais com dados sobre emissões e políticas de mitigação deve ser uma prioridade.
 
Esses documentos permitem que os investidores identifiquem as implicações financeiras associadas às mudanças climáticas e levem isso em conta em suas decisões. As informações contidas nesses relatórios devem ser confiáveis e robustas.
 
Políticas públicas: As companhias devem se engajar nas discussões governamentais em apoio a políticas de mitigação dos riscos climáticos e de incentivos para investimentos de baixo carbono.
 
O envolvimento da iniciativa privada, quando realizado de forma construtiva, é muito útil para garantir que sejam adotadas as ações e regulamentações mais eficientes do ponto de vista dos negócios.
 
“Ao seguir esse guia, as companhias podem, ao mesmo tempo em que reduzem seu impacto nas mudanças climáticas, ter acesso a oportunidades de crescimento. Existe um movimento mundial em direção a uma economia mais sustentável e as empresas que estiverem mais bem colocadas largarão na frente”, concluiu Donald MacDonald, presidente do IIGCC.
 
O guia foi lançado oficialmente na última quinta-feira (12) durante a Conferência de Investidores sobre Mudanças Climáticas e Soluções Energéticas, que reuniu 450 investidores globais em Nova York.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

 


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