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Temporais causam estragos em 84 cidades e afetam quase 812 mil pessoas

Foto : Alexandre Euler / AE

Devido às fortes chuvas que atingem Santa Catarina desde o começo da semana, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se ontem com o secretário da Defesa Civil Nacional, Humberto Viana, e com o governador do estado, Raimundo Colombo, para tratar da reconstrução dos municípios atingidos pelos temporais — o número chega a 84, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil no início da noite de ontem. As chuvas atingem 811.890 pessoas. Uma morte foi confirmada pelo governo — Valdemiro Carminatti, 66 anos, trabalhava escorando as vigas do telhado em Guabiruba, quando a estrutura desabou sobre ele —, mas, segundo a prefeitura de Rio do Sul, dois adolescentes morreram ao encostar a canoa em que estavam em uma fiação elétrica.

Após o encontro, foi anunciada a distribuição de 5 mil cestas básicas, que serão somadas às 3 mil prometidas pelo Ministério da Integração Nacional na terça-feira, além da liberação de R$ 30 milhões para as cidades atingidas — 33 decretaram situação de emergência e duas, calamidade pública.

A situação mais grave é no Vale do Itajaí, onde fica Blumenau. Todas as entradas para o centro da cidade estão bloqueadas por inundações e 390 ruas estão alagadas, algumas com mais de 2m de altura. O comércio foi fechado, o transporte coletivo, suspenso, e 70% da população ficou sem abastecimento de água. Pelo menos 32 bairros estão isolados. Na quinta-feira, 80% das indústrias têxteis da região suspenderam a produção e dispensaram funcionários.

Riscos
Diretor do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Universidade do Vale do Itajaí (Univale), João Luiz de Carvalho explica que as chuvas já cessaram, mas que ainda há risco de transbordamento dos rios. Está previsto para hoje o aumento do nível dos rios Itajaí Mirim e Itajaí-Açu, que receberão o excesso de água que virá da parte superior do vale. “As duas ondas de cheia vão chegar simultaneamente em um momento que a maré também estará cheia, o que dificultará o escoamento da água. Estamos prevendo um cenário bastante preocupante”, afirmou.

O trabalho de resgate das famílias começou ainda na quinta-feira. Cerca de 2,5 mil pessoas estão em abrigos. “Estamos preocupados com as vidas. É melhor retirar as pessoas antes de o problema acontecer. Assim, não precisamos resgatá-las de barco quando já estiverem isoladas”, detalha João Luiz de Carvalho.

Para o professor do CTTMar, resta à população aprender a lidar com as enchentes. “Assim como os japoneses têm de enfrentar terremotos e tsunamis, nós aqui temos que saber que esse é um fenômeno recorrente e conviver com ele”, defende. Esse aprendizado, segundo o estudioso, passa pelo fortalecimento da Defesa Civil do estado e por medidas de prevenção. Uma medida importante seria o melhor planejamento da ocupação nas áreas que costumam inundar, sugere João Luiz de Carvalho.

Fonte : CORREIO BRAZILIENE _ Redação


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