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Começa a construção de casas sustentáveis em Divina Pastora

Taipa ou Pau-a-Pique_ É uma técnica simples de construção, muitas vezes tratada com preconceito pela aparência rústica. No Brasil, foi trazida pelos portugueses e, desde então, é muito utilizada no meio rural, no sertão central e nordestino.

A implementação de uma técnica centenária de construção colocará o município de Divina Pastora no caminho certo para um futuro mais sustentável. Tudo graças a um projeto feito em parceria com a Associação dos Curadores da Terra/ ONG Verdever, que buscou no passado uma tecnologia eficiente para a construção de casas de taipa de pilão, que usa a terra crua como matéria prima para a edificação de residências ecologicamente corretas.

 Os arquitetos Márcia Macul e Sérgio Prado atualizaram e modernizaram este conceito de construção, que já vem sendo praticado em países como Alemanha, França e Estados Unidos. O método utiliza paredes de taipa como “bases-autoportantes”, que substituem perfeitamente os pilares de concreto, existentes em construções convencionais.

 Diferente das tradicionais casas de taipa de mão (ou pau-a-pique) do interior sergipano, feitas de barro e bambu, esta técnica envolve um modelo de construção mais elaborado a custos baixos. Todo o processo utiliza ferramentas simples que podem servi para a construção de várias moradias.

 Utilizado desde tempos medievais, a técnica de taipa de pilão chegou ao Brasil graças aos portugueses, que ergueram milhares de casas coloniais e igrejas por vários cantos do país. “Com a revolução industrial, as grandes corporações deram mais atenção ao cimento, ferro e vidro. Mas é possível ver ainda no Oriente Médio e na China, construções centenárias feitas com esse processo que ainda resistem ao tempo e terremotos. Prédios de até oito andares feitos de taipa de pilão são muito eficazes”, garante Márcia Macul.

O reaproveitamento dos resíduos gerados na construção civil é outro ponto positivo no processo. A inovação vem despertando interesse pelo mercado imobiliário, que é responsável por gerar mais de 10% do lixo sólido mineral (entulho) produzido pelo homem. Outro problema do setor está relacionado a grande produção de cimento, produto este que gera grandes danos ao meio ambiente, devido ao seu processo de mineração e fabricação, responsável por 8% do aquecimento da atmosfera.

Diferenças

As diferenças de uma casa de taipa de pilão para uma de concreto ganham relevância na avaliação de Sérgio Prado. “O cimento é um grande retentor de calor e umidade e para sua fabricação é necessário a queima do calcário, algo que gera mais calor e ainda dispersa gases poluentes na atmosfera. Com o processo de utilização da terra natural, ou reutilização de resíduos sólidos, sem queima e sem utilização de energia elétrica, obtém-se obras ecologicamente corretas, que podem ser qualificadas, tranquilamente, com o ‘Selo Verde Global’”, explica.

 “Não é gerado lixo, já que todo o resíduo é reaproveitado na própria construção. É uma casa sustentável porque o uso de teto verde orgânico pode ser utilizado para criação de hortas e as paredes, feitas de taipa de pilão, não absorvem calor, deixando o ambiente dentro da casa mais agradável”, acrescenta o arquiteto.

 Os dois arquitetos frisam que seguindo este conceito de construção, o projeto está obedecendo rigorosamente as exigências de preservação do meio ambiente. “É inovador, cíclico e contínuo que envolve uma arquitetura sustentável, um processo de energia renovável sem a geração de lixo”, afirma Sérgio Prado, que ganhou juntamente com Márcia Macul, o prêmio internacional “Ashoka”, da Fundação Rockefeller, que condecora o melhor modelo de casa ideal para ser multiplicado mundialmente.

 Objetivo

O objetivo dos dois arquitetos é levar o projeto para ser aplicado em toda América do Sul e Central. Em Divina, três moradias vão ser erguidas no povoado Maniçoba. “Estamos dando aqui o primeiro passo para erradicar as casas de pau-a-pique ainda existentes em Divina Pastora. É uma tecnologia simples, mas ao mesmo tempo moderna, porque foca a sustentabilidade, um tema que vem sendo discutido como prioridade em todos os níveis de governo”, avalia a prefeita Maria Augusta.

 Em média, o custo da construção sai por R$ 600, o metro quadrado. As casas serão erguidas pelos próprios moradores da comunidade sob a supervisão dos arquitetos da ONG Verdever. O intuito e repassar o conhecimento para que possa ser difundido entre os demais cidadãos. O projeto também conta com o apoio do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Universidade Tiradentes, e do Instituto Saúde e Sustentabilidade da Faculdade de Medicina de São Paulo.

Fonte :  ONG Verdever

no site: www.curadoresdaterra.com.br.


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Comentários

2 respostas para “Começa a construção de casas sustentáveis em Divina Pastora”

  1. Avatar de ANGELA MARIA DE SOUZA
    ANGELA MARIA DE SOUZA

    Queria muito construir uma casa ecológica, mas não tenho que construa para mim.
    Meu plano é ter um sítio ecológico. a terra já estou comprando, mas construir fica muito difícil.
    Sonho em ter um sítio que seja modelo em sustentabilidade.
    sou protetora dos animais.

    1. Avatar de TIAGO PORTELLA FIALHO
      TIAGO PORTELLA FIALHO

      Boa tarde
      Eu tbm gostaria muito de construir uma para eu morar com minha familia.

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