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Bloco da AL critica países ricos e pede urgência sobre acordo

Os países mais industrializados, responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa ao longo da história, devem fazer cortes mais incisivos no volume de poluentes despejados na atmosfera. Esta foi a opinião que a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), bloco de governos esquerdistas latino-americanos, manifestou nos primeiros dias da 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-17), realizada em Durban, na África do Sul.

O bloco quer evitar o adiamento de um novo acordo climático vinculativo (de cumprimento obrigatório) para 2015 ou 2020, ideia que já foi cogitada, e acusa os países desenvolvidos de deixarem de combater o aquecimento global.

“Estamos prontos para irmos além [do que prevê o Protocolo de Kyoto], mas o que estamos pedindo é um movimento equivalente por parte dos países desenvolvidos”, afirmou à EFE a negociadora Claudia Salerno, da Venezuela, país que é o principal articulador da Alba.

Os países ricos, por sua vez, querem que grandes nações emergentes, como China, Índia e Brasil, se comprometam com cortes maiores, o que não está estabelecido no Protocolo de Kyoto. Os governos em desenvolvimento alegam que precisam se industrializar para tirar milhões de pessoas da situaçao de pobreza extrema.

A União Europeia sugere que um novo acordo global para a redução das emissões seja selado até 2015, para entrar em vigor até 2020. Já os EUA, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, adiantam que só vão aderir a um possível tratado se as grandes potências emergentes também assumirem compromissos. Rússia, Japão e Canadá apresentam restrições semelhantes.

“Estamos muito preocupados com alguns países desenvolvidos que não só não querem oferecer um grau maior de ambição como também querem sair do Protocolo de Kyoto. Como os seus compromissos vão ser definidos e monitorados se não existir Kyoto?”, questionou o negociador René Orellana, da Bolívia, outro país da Alba.

A Alba também manifestou que irá reabrir as discussões sobre a formação do “Fundo Verde”, destinado a ajudar as nações em desenvolvimento a enfrentarem as mudanças climáticas, com doações que deveriam chegar a US$ 100 bilhões por ano em 2020.

“Sentimos que não há uma força jurídica implantando o fundo”, relatou Orellana, ao acrescentar que é preciso haver mais clareza sobre a origem do dinheiro, e mais foco no financiamento oriundo do setor privado.

COP-18 será no Catar

A COP-17 segue em Durban até o dia 9 de dezembro, mas a ONU já definiu que a COP-18 será em Doha, no Catar, em 2012. Em entrevista à imprensa, a secretária-executiva da UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima), a costarriquenha Christiana Figueres, explicou que a Coreia do Sul, que concorria com o Catar para a organização do evento, sediará a reunião de ministros anterior à conferência.

“É um acordo no qual ganham todos e um exemplo de colaboração entre os dois países”, explicou Figueres. Na quarta-feira, 30 de novembro, ela esteve acompanhada dos representantes das duas nações: o diretor do escritório de organização de conferências internacionais do Catar, Yousef Khalifa Al Sada e o embaixador sul-coreano para mudanças climáticas, Son Sung-Hwan.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

Imagem: Integrantes da ONG Oxfam fazem protesto bem-humorado em Durban, em referência às consequências das mudanças climáticas e falta de ações dos líderes/ Ainhoa Goma/Oxfam
Imagem: Integrantes da ONG Oxfam fazem protesto bem-humorado em Durban, em referência às consequências das mudanças climáticas e falta de ações dos líderes/ Ainhoa Goma/Oxfam

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