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Uma selva de pedra verde

Quando for entregue, em abril, o edifício de escritórios Alvino Slaviero, erguido pela incorporadora Brasilincorp na avenida Faria Lima, na capital paulista, terá no seu estacionamento vagas para bicicletas e para veículos elétricos, que poderão ter sua bateria recarregada no próprio local.

No topo do prédio, localizado no novo centro financeiro da cidade, uma cobertura de plantas nativas da mata Atlântica terá duas funções. A primeira será reduzir a temperatura interna dos escritórios, o que permitirá diminuir a potência do ar-condicionado. Esse aspecto, associado ao melhor aproveitamento da iluminação natural e ao uso de lâmpadas de alto desempenho, vai proporcionar economia de energia de 14%. A outra função do telhado verde é captar a água da chuva, que será tratada e utilizada para fins não potáveis na própria edificação.

A água proveniente da condensação dos equipamentos de ar-condicionado, e também dos lavatórios, passará pelo mesmo processo. Com isso, o consumo de água no prédio sofrerá uma redução de 84% em comparação às construções tradicionais do mesmo porte.

Há dez anos, um prédio como o Alvino Slaviero seria exceção no país. Hoje, não mais. Metade dos imóveis corporativos que serão entregues até o final do ano na capital paulista, no Rio de Janeiro e em Curitiba será de edifícios erguidos seguindo padrões de sustentabilidade.

Na área de certificações verdes, o Brasil agora é destaque. O país só perde para os Estados Unidos, a China e os Emirados Árabes Unidos em número de edifícios detentores do Leed, o selo americano de construção sustentável mais conhecido no mundo, hoje presente em 143 países. Com 82 empreendimentos certificados e 620 em processo de obtenção do selo, o Brasil deverá chegar ao terceiro lugar até o final do ano.

O número de edificações que possuem o Aqua, um selo sustentável de origem francesa, também vem registrando um alto crescimento. Até o fim de 2013, cerca de 200 prédios terão esse carimbo de qualidade.

Vários fatores explicam o boom dos edifícios verdes no país. O mais relevante é o fato de que construir edificações com menor impacto ambiental ficou mais barato. O primeiro empreendimento a receber o selo Leed no país, em 2007, foi uma agência do Banco Real, hoje Santander, em Cotia, na Grande São Paulo. Ela tinha painéis fotovoltaicos para geração de energia, coleta de água da chuva e outras tecnologias quase inéditas no país. Tudo isso, porém, custou 30% mais que uma agência convencional. Quase seis anos depois, a Brasilincorp, dona do Alvino Slaviero, teve um custo adicional de apenas 7%. “O que está por trás dessa queda nos custos é o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores – de pequenos negócios a multinacionais – que passou a oferecer novas tecnologias a preços acessíveis”, dizMarcos Casado, diretor do Green Building Council Brasil, entidade responsável por disseminar práticas sustentáveis de construção.

(Planeta Sustentável)

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