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Fiqueres: negociações foram produtivas, mas nenhum país está fazendo o suficiente para mitigar as mudanças climáticas

Fiqueres: negociações foram produtivas, mas nenhum país está fazendo o suficiente para mitigar as mudanças climáticas

Em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3), a presidente da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres, declarou que a rodada de negociações climáticas em Bonn, na Alemanha, foi marcada por um tom positivo.

“O espírito de colaboração entre as nações foi bastante forte e as conversas foram produtivas. Os delegados estiveram muito focados, e em diversas áreas das negociações vimos avanços”, afirmou.

Os representantes de 195 países, reunidos durante toda essa semana, debateram principalmente o conteúdo do novo acordo climático internacional, que deve estar pronto em 2015 para entrar em vigor em 2020.

Para Figueres, o principal desafio está sendo acelerar as negociações. “É preciso que o processo de debate alcance a urgência que é necessária segundo os estudos científicos. Nenhum país, no momento, possui ações de adaptação e mitigação no nível que seria necessário para lidar com as mudanças climáticas.”

Dois exemplos de por que as negociações deveriam ser mais velozes foram dados recentemente. Na quinta-feira (2), a Organização Meteorológica Mundial afirmou que 2012 foi o nono ano mais quente desde que as medições começaram, em 1850, e o 27o ano consecutivo com temperaturas acima da média entre 1961 e 1990. Alguns dias antes a Universidade de San Diego apontou que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera deverá ultrapassar a marca de 400ppm em maio.

Avanços

Apesar de ainda não terem sido apresentados oficialmente os documentos finais da rodada de negociação em Bonn, a presidente do UNFCCC adiantou alguns dos possíveis avanços.

Parece certo que os países optarão por um caráter dinâmico para o acordo de 2015. Isso significa que o tratado poderá ser alterado posteriormente se a realidade mundial assim exigir. O Protocolo de Quioto é um exemplo dos problemas que podem surgir quando não há muita margem para mudanças no texto. Quioto não obriga as nações em desenvolvimento a terem metas de redução de emissões, mas no decorrer dos anos os grandes emergentes, como China, índia e Brasil, passaram a ter emissões significativas e deveriam ter metas.

Outro consenso que começa a surgir é a unificação de métricas para os compromissos climáticos dos diferentes países. O objetivo é facilitar a medição qualitativa das ações de cada nação e assim conseguir comparar de forma correta quem está contribuindo de verdade. Ainda não foram apresentados detalhes sobre essas métricas.

Mas, nesse sentido, Figueres destacou o lançamento da uma compilação atualizada de todas as Ações Nacionais Apropriadas de Mitigação (NAMAs, em inglês) que 55 países em desenvolvimento pretendem implementar.

Novas rodadas climáticas serão realizadas, incluindo uma em Berlim daqui a duas semanas, até a Conferência do Clima (COP 19) na Polônia em novembro.

Já se sabe também que a COP 20 será na América Latina e o país sede deverá ser decidido em junho ou no máximo durante a COP 19.

(Instituto CarbonoBrasil)

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