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Falta de saneamento básico, mata ciliar e hábitos de brasileiros ameaçam rios

Falta de saneamento básico, mata ciliar e hábitos de brasileiros ameaçam rios

Milhões de reais destinados à despoluição de rios nas cidades poderiam ser economizados se os governos tivessem investido efetivamente no tratamento de esgoto e a sociedade brasileira mudasse padrões culturais, na avaliação da bióloga Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.

O alerta será uma das bandeiras do Encontro Nacional pela Mata Atlântica, conhecido como Viva a Mata, que ocorrerá às vésperas do Dia Nacional da Mata Atlântica, em 27 de maio. As palestras e debates da nona edição do evento, organizado para sensibilizar as pessoas sobre a importância da floresta, terão como foco os direitos e deveres ambientais no país.

O encontro começa nesta sexta-feira (24) na Marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, com atividades também no Museu de Arte Moderna (MAM). Na abertura do evento será lançada campanha pelo cumprimento do Código Florestal.

Para Malu Ribeiro, a situação das bacias e rios do bioma deve entrar nas discussões. A partir de dados do governo, a bióloga disse que a falta de saneamento básico e a ausência de mata ciliar nos rios e nascentes têm levado algumas regiões ao colapso. Segundo ela, o Sudeste é uma das que mais sofrem com as consequências desse cenário.

“A população desses estados perde o efeito regulador de clima proporcionado pelas florestas. É esse serviço que, no período de seca, faz com que a vegetação contribua para manter o nível dos lençóis freáticos e, na época de chuva, evita a erosão de encostas”, explicou. “Nunca tínhamos visto uma seca extrema no Rio Grande do Sul como tem ocorrido nos últimos anos, com produtores enfrentando problemas graves e tendo que receber água de caminhão-pipa”, completou.

Malu Ribeiro disse que em todas as capitais dos 17 estados que abrangem a Mata Atlântica há rios contaminados. “A perda da mata ciliar tem gerado grandes contaminações provocadas por restos de metais pesados dos chorumes, substâncias que vêm de cemitérios e que o subsolo acaba levando para os rios”, explicou.

Nas áreas rurais, segundo ela, o problema é o uso intenso de agrotóxicos que chegam aos rios, e, nas zonas urbanas, a falta de tratamento de esgoto, a poluição e os resíduos lançados a céu aberto.

Nas cidades, segundo ela, os brasileiros não mostram preocupação com a escassez de água e nem com o desperdício. “É um luxo cultural negativo do Brasil, que acha que tem muita água. Precisamos lembrar que a água não é distribuída igualitariamente, por exemplo. A gente vive a cultura da abundância e do desperdício: canta no chuveiro, lava calçadas, brinca no tanque. Mudar esse comportamento é muito difícil”, disse.

Para a bióloga, o novo Código Florestal pode representar uma ameaça ao bioma. A lei, aprovada há um ano, deve ocupar grande parte das discussões no auditório do MAM.

Representantes de várias organizações não governamentais vão lançar uma campanha nacional com o lema “Cumpra-se”, pelo cumprimento do Código Florestal e a instalação do grupo de acompanhamento do código em São Paulo.

(Agência Brasil)

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