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A quantidade de vegetação no mundo, e a forma como ela se espalha pelo planeta, mudaram significativamente nas últimas três décadas, afirmam pesquisadores.

Clima altera vegetação global

Eles atribuem mais da metade das mudanças que detectaram aos efeitos do aquecimento do clima, com a população sendo responsável por apenas cerca de um terço das mudanças. Surpreendentemente, ainda falta a eles poder atribuir cerca de 10% das mudanças inequivocamente ao clima ou ao ser humano.

Eles declaram que seu trabalho representa um avanço científico, porque só recentemente passou a ser possível quantificar o quanto a variabilidade climática, a atividade humana ou uma combinação das duas são responsáveis pelo que está acontecendo.

Enquanto os pesquisadores, geógrafos da Universidade de Zurique, Suíça, e seus colegas da Holanda dizem que os últimos 30 anos tiveram mudanças substanciais, satélites durante esse tempo registraram como a vegetação se alterou.

Em um desenvolvimento impressionante e talvez inesperado, o grupo descobriu que enquanto a vegetação diminuiu ao sul do Equador, ela aumentou no Hemisfério Norte.

O clima é o que rege a atividade sazonal da vegetação. Nas latitudes médias úmidas, a temperatura é o fator que mais influencia o crescimento das plantas.

Em áreas majoritariamente secas, entretanto, é a disponibilidade de água, e, em latitudes altas, a quantidade de radiação solar que é a chave. E em qualquer lugar os humanos influenciam a vegetação de inúmeras formas – e são influenciados por ela.

Há evidências de que as extensões áridas do deserto do Saara já foram úmidas o suficiente para ter uma vegetação tão exuberante que o Saara era conhecido como o celeiro do norte da África.

Um processo inverso está ocorrendo na Groenlândia, onde o rápido aquecimento do Ártico significa que em algumas partes do sul da ilha, que já foi delimitada por gelo, vegetais agora crescerão.

O desaparecimento de florestas

A influência humana difundida em muitas partes do mundo é a pressão da crescente população humana e sua demanda por madeira para combustível e construção e por material vegetal para alimentação e forragem.

Os pesquisadores desenvolveram um modelo que pode mostrar as influências da atividade humana e da variabilidade climática na vegetação separadamente. Usando dados de satélite sobre o aumento ou declínio nos últimos 30 anos, medições climáticas e modelos, e dados sobre o tipo de cobertura de terra, eles concluíram que cerca de 54% das mudanças na vegetação global podem ser atribuídas à variabilidade climática.

Um dos relatórios, Relação espacial entre climatologias e mudanças na atividade da vegetação global, foi publicado no periódico Global Change Biology. O outro, Mudanças nas Tendências de Atividade da Vegetação Global, apareceu no Remote Sensing.

O principal declínio que eles detectaram tem acontecido no sul de Sahel, em países como Tanzânia, Zimbábue e outras partes da África Central.

“Supomos que isso foi causado pelo corte raso, pela transformação da floresta tropical em plantações ou por mudanças na agricultura em geral”, disse Rogier de Jong, estudante de pós-doutorado do Laboratório de Sensoriamento Remoto (RSL) da Universidade de Zurique.

Mas mesmo após identificar a diferença entre os hemisférios e as prováveis razões para isso, ainda há os 10% de mudança que o grupo não pôde explicar completamente tanto pela climatologia quanto pela atividade humana.

“Suspeitamos que isso é devido a efeitos inexplicáveis das interações entre humanos e o clima”, afirmou o diretor do RSL, Michael Schaepman.

Ele e seu grupo continuarão a trabalhar em um programa de investigação prioritária recém-criado em Zurique, o Global Change and Biodiversity, na tentativa de encontrar uma explicação para o que está acontecendo.

(Instituto CarbonoBrasil)

A quantidade de vegetação no mundo, e a forma como ela se espalha pelo planeta, mudaram significativamente nas últimas três décadas, afirmam pesquisadores.
A quantidade de vegetação no mundo, e a forma como ela se espalha pelo planeta, mudaram significativamente nas últimas três décadas, afirmam pesquisadores.

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