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Quando esgoto é solução

Muito além da água de reúso

O lodo e o gás resultantes do processo de tratamento de esgoto tem destinos surpreendentes na Estação da Alegria. O gás é canalizado para geradores que respondem por até 30% da energia consumida na própria estação. À medida que a estação – que hoje trata dos esgotos de um milhão de pessoas – receba ainda mais matéria orgânica por conta de novas ligações que estão sendo construídas na região metropolitana, haverá mais gás e mais energia elétrica sem necessidade de comprar no mercado. Também o lodo terá como destino um gerador que já foi comprado e começa a operar nas próximas semanas. Normalmente o lodo deve ser transportado de caminhão para um aterro. Agora passa a ser fonte de energia.

Outra inovação importante é a unidade experimental de biodiesel – projeto realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro  – que busca a melhor resolução para um combustível comercialmente viável a partir dos excrementos humanos. Após três anos de pesquisas de campo, o biodiesel de esgoto da Estação da Alegria está abastecendo um gerador ciclo diesel que supre de energia a estação. Agora todos os esforços se concentram para reduzir os custos de produção – em comparação com o biodiesel convencional de origem vegetal – e atender aos requisitos da legislação brasileira para que o produto seja tecnicamente considerado “biodiesel” e possa, por exemplo, ser usado em veículos automotores convencionais.

 

Do outro lado da Via Dutra

 

Das companhias de saneamento do Brasil, a Sabesp talvez seja aquela que mais explicitou o rompimento com o velho paradigma que caracteriza a maioria das companhias de águas e esgotos do Brasil. A empresa oferece serviços de “manejo de resíduos sólidos e energia”, além de uma “plataforma de soluções ambientais”. A Sabesp foi das primeiras companhias a vender água tratada de esgoto para prefeituras e empresas particulares. O negócio vem crescendo ano a ano. Apenas em 2010, a companhia faturou um milhão e meio de reais com a venda de água de reúso. A demanda crescente por esgoto tratado levou a Sabesp a se aliar a uma empresa privada para construir na região metropolitana de São Paulo a quinta maior unidade de processamento de água de reúso do mundo. O Aquapolo simplificará a logística de distribuição com dezessete quilômetros de adutoras que levarão rapidamente a água tratada de esgoto para as indústrias da região. A expectativa é a de que a partir do ano que vem sejam disponibilizados vinte bilhões e meio de litros por ano, trinta vezes mais do que hoje.

Novos negócios, mais receitas, menos despesas. Já não se faz estações de tratamento de esgoto como antigamente. Melhor assim.

fonte:André Trigueiro

 


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