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Atualmente, 42,44% dos resíduos têm destino inadequado. Foto: Gleilson Miranda

Manejo de resíduos pode gerar US$ 570 mi em créditos de carbono

Além de possibilitar a redução de 54 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) por ano, o manejo adequado dos resíduos sólidos no Brasil também pode render US$ 570 milhões em créditos de carbono, segundo um estudo feito na Universidade de Utrecht (Holanda), encomendado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

O trabalho levou em conta o cenário de mudanças estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, na comparação com o padrão atual de descarte. A pesquisa considerou também as estimativas do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para as emissões do setor, e o padrão da composição dos resíduos sólidos no Brasil elaborado pela Abrelpe.

Em 2030, segundo projeção do estudo, 36% do “lixo seco” deverá ser reciclado, e 53% do lixo orgânico deverá ser compostado. O trabalho considera também o aproveitamento de 83% do gás gerado nos aterros para produção de energia elétrica. Com tudo isso, deixaria de ser emitido o equivalente a 54 milhões de toneladas de CO2 por ano – redução de 56% em relação à projeção se nada fosse feito.

Atualmente, 42,44% dos resíduos têm destino inadequado (vai para lixões) e só 3% são reciclados.

“Além do ganho climático, essa diminuição geraria créditos de carbono que poderiam render US$ 570 milhões”, destacou ao Estadão Carlos Silva, diretor executivo da Abrelpe. O trabalho também considerou um cenário mais ousado, com padrões semelhantes aos europeus: reciclagem maior, compostagem de 80% e incineração do que não for reciclado, gerando energia.

A redução poderia chegar ao equivalente a 82 milhões de toneladas de CO2 por ano, com ganho em créditos de US$ 1,3 bilhão. “E nesse cálculo nem foram considerados os ganhos com a venda da reciclagem. A ideia é que essas atividades poderiam gerar recurso para o próprio setor melhorar”, ressaltou Silva.

Cenário sem mudanças

Em 2011, 51,4% dos resíduos brasileiros eram matéria orgânica (passível de compostagem), 31,9% eram recicláveis e 16,7% entravam na categoria outros (em geral rejeitos que não têm nenhum aproveitamento).

Esse quadro foi complementado com o dado de que 42,44% dos resíduos têm destino inadequado (vai para lixões) e só 3% são reciclados. Pelos cálculos dos pesquisadores, em uma projeção para 2030, mantidas essas condições, as emissões do setor seriam equivalentes a 95,5 milhões de toneladas de CO2 por ano.

Entenda os créditos de carbono

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no qual os créditos de carbono estão inseridos, foi estabelecido no artigo 12 do Protocolo de Kyoto com o objetivo de ajudar os países desenvolvidos (pertencentes ao Anexo I do documento) a atingir suas metas de redução dos gases causadores de efeito estufa.

Ao mesmo tempo, a iniciativa pretende beneficiar as nações em desenvolvimento que, ao colocarem em prática os projetos de MDL, podem vender os créditos de carbono gerados a partir de então para os governos ricos, aplicando as quantias no combate as mudanças climáticas.

Fonte: EcoD

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Atualmente, 42,44% dos resíduos têm destino inadequado. Foto: Gleilson Miranda
Atualmente, 42,44% dos resíduos têm destino inadequado. Foto: Gleilson Miranda

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