Cientistas estão desvendando os mistérios sobre como o dióxido de carbono é absorvido nos oceanos, processo responsável pelo aprisionamento de quase 25% das emissões liberadas pelos seres humanos.
Sendo o maior desses sumidouros de carbono, o Oceano Austral absorve 40% do montante aprisionado nas grandes massas d’água mundiais e devido à sua magnitude e complexidade até agora pouco se conhecia sobre os mecanismos envolvidos.
Pesquisadores australianos e britânicos publicaram um artigo no periódico Nature Geoscience identificando alguns dos processos responsáveis por levar o carbono absorvido na superfície do oceano até suas camadas mais profundas, a chamada ‘subducção’.
“Usamos estimativas da subducção e das concentrações antropogênicas de carbono no Oceano Austral para determinar os mecanismos responsáveis pelo sequestro de carbono”, explicam os pesquisadores.
Ou seja, com isso eles têm uma capacidade muito maior de discutir sobre como as mudanças climáticas podem impactar a absorção do carbono nestes imensos biomas.
As análises mostram que a subducção ocorre em locais específicos do oceano como resultado da interação entre vários fatores sensíveis à mudança climática, como o transporte de Ekman (um sistema de corrente superficial gerada por ventos), fluxos do tipo Eddy e variações na profundidade das camadas mistas dos oceanos.
Os cientistas mostram que o contrário também pode acontecer, com algumas correntes devolvendo o carbono para a atmosfera, um fenômeno natural. Mesmo assim, a conclusão é que no geral, o Oceano Austral é um sumidouro de cerca de 1,65 bilhões de toneladas de dióxido de carbono ao ano.
Porém, os cientistas enfatizam a sua preocupação que com a mudança nos padrões climáticos, os mecanismos de subducção também sejam modificados e com eles, os níveis de absorção de CO2.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
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