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Conheça soluções da indústria para reciclagem de lixo eletrônico

Conheça soluções da indústria para reciclagem de lixo eletrônico

Os brasileiros entraram com grande entusiasmo na era da eletrônica, mas com pouquíssima disposição de reciclar o lixo eletrônico.

Segundo Ministério do Meio Ambiente, guardamos, no Brasil, 500 milhões de aparelhos sem uso em nossas casas. É muito lixo eletrônico. Quando se pensa em mundo, então, o número é mais impressionante.

O que se produz de lixo eletrônico por ano encheria tantos vagões de trem que daria a volta no planeta. A situação se agrava na proporção em que a vida útil dos aparelhos diminui. Um computador é trocado, em média, a cada dois anos. O celular, menos que isso (22 meses); a TV dura 10 anos; um DVD, entre quatro e cinco anos.

Isso faz com que o Brasil descarte, por ano: 97 mil toneladas de computadores; 115 mil toneladas de geladeiras; 140 mil toneladas de TVs; 2,2 mil toneladas de celulares; um bilhão de pilhas.

Nós já mostramos iniciativas públicas e de Organizações Não Governamentais (ONGs) para reciclar esse material que dão muito certo, mas o que muitos não sabem é que também existe a logística reversa – traduzindo: o produto volta para onde foi fabricado. É reciclado e reaproveitado, seja na forma de componente, seja como matéria-prima.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos tornou a logística reversa uma obrigação para todas as empresas do país. Deu prazo para que funcione e as empresas estão tratando de se adequar.

Não precisa esperar muito para aparecer mais gente com aparelhos velhos numa assistência técnica. “Liguei no serviço de atendimento ao consumidor e me informaram que essa era a loja mais próxima da minha residência”, fala a aposentada Thais Amaral Melo.

“A partir da assistência técnica uma empresa especializada coleta o produto. Ela desmonta esse aparelho e destina as peças adequadamente. Nós iniciamos esse programa em março de 2010 e até hoje nos coletamos cerca de 300 toneladas de produtos entre equipamentos, pilhas e baterias e de outros”, diz o diretor de sustentabilidade da Phillips, Márcio Quintino.

“Tem farmácias em São Paulo que aceitam pilhas, tem lojas de celular que aceitam celular usado, e tem uma rede de supermercado que aceita tanto óleo de cozinha, papelão, garrafa”, conta Thais.

Um banco, por exemplo, tem um papa-pilhas em quase todas as agências e não é só pilha que se encontra no local: baterias, celulares, cartuchos. Tudo recolhido e levado para a reciclagem.

“Nós já arrecadamos cerca de 702 toneladas. Na verdade vem superando a expectativa”, conta o gerente regional de atendimento Santander, Ricardo Fingolo.

Numa grande empresa de computadores e impressoras, o conceito de reciclagem está em todas as etapas da produção. As folhas de teste das impressoras viram caixa para embalar o produto. As caixas de papelão são reutilizadas oito vezes pelos fornecedores. Os cartuchos devolvidos viram matéria-prima e cada impressora, por exemplo, sai do local com um chip de identificação próprio, uma espécie de DNA da máquina.

“É identificado que produto é, do que ele é composto e como é que deve ser feito o processo de descarte dele. Peça por peça, parte por parte”, explica o vice-presidente de Impressão da HP, Cláudio Raupp.

A empresa não divulga quanto investe e muito menos quanto ganha de retorno com o programa, mas afirma que, com a cadeia produtiva sustentável, em um ano transformou um 1,3 bilhão de garrafas plásticas em matéria-prima, reduziu 22% da pegada de carbono e poupou 70% de água, quantidade suficiente para abastecer três milhões de casas.

“O consumidor tem um papel extremamente relevante porque na reciclagem e na sustentabilidade ele é que toma a decisão de fazer o descarte, ele é que toma a decisão de separar o lixo, naturalmente que a legislação existe, a regulação existe, mas se o consumidor não fizer o papel dele, a cadeia toda não vai funcionar”, completa Raupp.

Portanto, se você está aí em casa pensando nos aparelhos que não usa mais, mãos à obra. Afinal, segundo a ONU, se ninguém fizer nada, a previsão é de que em 2015 o mundo esteja produzindo 150 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. Imagina só como o nosso planeta vai ficar.

O autor André Trigueiro é jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela Coppe-UFRJ onde hoje leciona a disciplina geopolítica ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC-RJ, autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação, coordenador editorial e um dos autores dos livros Meio Ambiente no Século XXI, e Espiritismo e Ecologia, lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, pela Editora FEB, em 2009. É apresentador do Jornal das Dez e editor chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

Fonte: Mundo Sustentável

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