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Tema do prêmio Jovem Cientista 2011 foi Cidades Sustentáveis

As escolas de Palmas poderiam ter “cortinas verdes”, isto é, uma proteção contra o sol formada por plantas trepadeiras e que dão frutos. Entre elas, a laranja citrus, as parreiras e o maracujá, escolhidas por se adaptarem bem ao clima quente do Cerrado. A estrutura na qual se enroscariam para subir e formar a tal cortina seria feita de materiais biodegradáveis, como cordas de sisal. O projeto concorreu ao prêmio Jovem Cientista 2011. Sua autora foi a estudante Beatriz Ferroli Cavalcante, do Centro Educacional de Palmas. Se implementada, a cortina verde da estudante poderia reduzir a temperatura das paredes do prédio em até 15 graus Celsius, lembrando que a média das temperaturas (máximas) de setembro em Palmas é de tórridos 36 graus. Custo da solução? Meros 200 reais.

Ontem, em Brasília, os vencedores do prêmio Jovem Cientista foram anunciados. O tema de 2011 foi Cidades Sustentáveis, e os trabalhos deveriam melhorar a qualidade de vida nas áreas de gestão de água e resíduos, mobilidade, agricultura urbana e mudanças climáticas.

Na sede do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Beatriz foi premiada com um laptop pelo 2º lugar na categoria Ensino Médio. Além dessa, havia ainda as categorias individuais mais avançadas Graduado (no ensino universitário) e Estudante do Ensino Superior. No total, a premiação distribuiu R$600 mil em prêmios, incluindo as bolsas concedidas pelo CNPQ.

O primeiro lugar na categoria Graduado foi de Uende Aparecida Gomes, com um estudo sobre saneamento em favelas da região metropolitana de Belo Horizonte, premiado com R$30 mil. Na categoria Estudante de Ensino Superior levou (R$12 mil) Kaiodê Leonardo Biague, por seu trabalho sobre o uso de energia solar em sistemas de transporte rápido do tipo BRT (Bus Rapid Transit). Na categoria Ensino Médio, Beatriz, a das cortinas verdes, perdeu o 1º lugar para Ana Gabriela Person Ramos, que bolou uma embalagem ecológica para mudas e também ganhou um laptop de última geração. Notem os marmanjos: dos 9 premiados individuais 8 são mulheres.

Não foi moleza. Os agraciados concorreram com um total de 2.321 trabalhos vindos de todo o Brasil. Os vencedores são a prova da diversidade nas inscrições: eles moram nos estados da Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Tocantins, além do eixo Rio-São Paulo.

O Jovem Cientista foi criado em 1981 e completa, nessa edição, 30 anos. Os vencedores receberão a premiação das mãos da presidente Dilma Rousseff. O prêmio é uma realização do CNPQ apoiado pela Fundação Roberto Marinho,  a Gerdau e a GE. Taí uma parceria público-privada que mostra para quem e para onde o dinheiro vai e orgulha os brasileiros. Quase um escândalo, que deveria ocupar o espaço mais nobre dos jornais. Nem que seja para dar um alento, em um país em que as manchetes de corrupção já se tornaram tediosas.

Eduardo Pegurier

Da esquerda para a direita, os premiados Alejandra Jimenez (DF), Kaiodê Biague (MG), Uende Gomes (MG), o presidente do CNPQ, Glaucius Oliva, e Ana Gabriela Ramos (SP). Note-se que 8 dos 9 premiados individuais são mulheres. foto: Ricardo Marques
Da esquerda para a direita, os premiados Alejandra Jimenez (DF), Kaiodê Biague (MG), Uende Gomes (MG), o presidente do CNPQ, Glaucius Oliva, e Ana Gabriela Ramos (SP). Note-se que 8 dos 9 premiados individuais são mulheres. foto: Ricardo Marques

 


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