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Nas profundezas do mar sem fim

Negligenciado por séculos, o Atlântico Sul é essencial para a proteção de cidades costeiras

Desde os tempos das caravelas, quando conquistadores portugueses singravam sua imensidão azul, o Atlântico Sul assombra, encanta e intimida aqueles que se aventuram por suas águas. E os mistérios de cinco séculos atrás continuam muito vivos. Pouco se investiu na pesquisa deste oceano. Conhecemos mais sobre Marte e a Lua do que sobre o mar que banha nossas praias. Não há equipamentos, navios oceanográficos, instituições e linhas de pesquisa suficientes para suprir a demanda por conhecimento. Um saber estratégico num momento em que o Brasil se aventura na exploração do óleo do pré-sal.

O Atlântico Sul é elemento-chave na regulação do clima da Amazônia. Banha a floresta em umidade levada pelos ventos. Essa mesma umidade que depois se despeja, trazida pelos altos ventos, sobre o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste do país. Sistemas atmosféricos sobre o Atlântico influenciam diretamente os regimes de chuva no Nordeste. Causam, paradoxalmente, seca e inundação, dependendo de alterações no delicado e ainda pouco conhecido regime de correntes oceânicas e rios dentro do mar, que transportam calor ao longo da costa do Brasil.

O Atlântico Sul é ainda a usina da colossal muralha de tempestades, que se estendem como castelos de nuvens entre o Brasil e a África. As mesmas tempestades associadas a tantos problemas de aviação, e que trovejavam na trágica noite do acidente do voo da Air France.

Ninguém sabe ao certo como esse oceano reagirá à elevação global do nível dos mares. Alguns estudos sugerem que ele se aquece mais depressa do que os demais. A elevação do nível do mar pode ser causada tanto pela expansão térmica (a dilatação da água do mar em função do aumento da temperatura da superfície do oceano) quanto pelo degelo das geleiras continentais de montanhas e das calotas de Antártica e Groenlândia.

Num país como o Brasil, nascido e criado à beira-mar, o impacto da elevação será substancial. É por isso que projetos como esse em curso em Fernando de Noronha são essenciais para que possamos nos preparar para potenciais mudanças em nosso modo de vida.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/nas-profundezas-do-mar-sem-fim-3194754#ixzz1dasgUKl4


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