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Mata Atlântica guarda menos carbono devido à fragmentação drástica

A mata atlântica é uma das florestas mais fragmentadas e devastadas do mundo. Atualmente cerca de 12% da floresta sobrevive, grande parte em fragmentos pequenos, muito menores que 100 hectares. Um novo estudo publicado no periódico ‘Tropical Conservation Science’ demonstra como esta fragmentação impacta a capacidade do bioma em seqüestrar o carbono.

O estudo revelou que 92% da floresta armazenam apenas metade do potencial de carbono devido à fragmentação e efeito de borda, que inclui os danos devido à exposição maior aos ventos e secas nas áreas mais externas da floresta.

Os pesquisadores mediram o carbono ao longo de três habitats da Mata Atlântica e descobriram que os estoques variam entre 42 toneladas de carbono por hectare (t/C/ha) na borda da floresta e 579 t/C/ha em seu interior. Em média, o interior das florestas guarda quase três vezes mais carbono do que os fragmentos ou bordas das florestas.

“Nossos resultados indicam que a redução do carbono nos habitats afetados pela borda resulta (parcialmente) da menor abundancia de árvores grandes (especialmente árvores muito altas) assim como da ausência de compensação do carbono proveniente do dossel remanescente e de espécies de árvores do sub-bosque”, explicam os autores. Eles constaram que as florestas estocam menos carbono a uma distancia de até 500 metros da borda.

Extrapolando os resultados para toda a Mata Atlântica, os cientistas descobriram que atualmente apenas 8% da floresta é capaz de alcançar o potencial completo de seqüestro de carbono. O resto sofre impactos diversos do efeito de borda e fragmentação.

“Precisamos chamar atenção para o potencial colapso da capacidade de estoque de carbono da Mata Atlântica devido a atual configuração dos remanescentes, amplamente dominados por habitats sob efeito de borda”, escreveram os autores.

“Presumindo que as paisagens modificadas pelos humanos (na sua maioria hiper fragmentadas) podem representar o futuro da maioria das florestas tropicais, outros estudos devem verificar os padrões e mecanismos examinados aqui para o bem dos serviços ecológicos da floresta tropical”

Fonte : INSTITUTO CARBONO BRASIL/ Mongabay _ Jeremy Hance


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