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Embrapa desenvolve soja com cara de feijão

SOJA OU FEIJÃO?
Soja marrom pode ser misturada com o feijão, criando um prato mais saudável e sem mudar o sabor.

Nova variedade, que começa a ser produzida neste ano em Minas Gerais, é uma saída para vencer a resistência que muitos brasileiros têm em relação ao consumo da soja

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai colocar no mercado uma nova variedade de soja. Diferentemente da soja tradicional, de cor amarela, essa nova variedade é marrom, de uma coloração muito parecida com a do feijão carioquinha.

A soja marrom chegará aos supermercados com o nome comercial Nutrisoy, e selo de identificação Soja de Minas. A grande novidade é a forma de consumo: os pesquisadores sugerem que o produto seja consumido misturado ao feijão. Essa seria uma saída para vencer a resistência que muitos brasileiros ainda têm em relação à soja, e estimular o consumoin natura da soja no Brasil.

O benefício para o consumidor é que a soja tem maior valor nutricional. O pesquisador da Embrapa Soja Vanoli Fronza diz que a soja tem quase o dobro de proteínas do que o feijão. “O feijão tem 25% de proteínas, enquanto a soja tem mais de 40%. Se você cozinhar o feijão e a soja juntos, terá um teor final de 32% de proteína, ou seja, a mistura enriquece a alimentação.” Além disso, a soja tem mais cálcio do que o feijão e metade dos carboidratos. Por isso, pode ser um alimento interessante para pessoas que precisam perder peso.

Vanoli também ressalta que a soja marrom tem um gosto neutro, e portanto não deve comprometer o sabor do feijão. Os pesquisadores realizaram testes de degustação em Minas Gerais com 800 pessoas. 80% dos entrevistados aprovaram a nova soja, e disseram que estariam dispostos a comprar o produto.

Biotecnologia

A nova variedade de soja foi obtida pelo trabalho de seleção e melhoramento de sementes. “Muita gente confunde seleção com transgênicos, mas não é a mesma coisa”, diz Fronza. O pesquisador diz que a pesquisa é um trabalho tradicional de biotecnologia. “O que nós fizemos foi o melhoramento convencional da soja. Entre as muitas variedades existentes, nós encontramos os grãos marrons e começamos a cruzar e selecionar, até conseguir as sementes com essas propriedades”, diz. Se fosse transgênica, os pesquisadores teriam modificado os genes da soja.

A pesquisa contou com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Fundação Triângulo, e de 16 empresas produtoras de semente de Minas Gerais e do norte de São Paulo. Essas empresas terão, inicialmente, exclusividade no uso comercial do produto. “Alguns produtores já plantaram a soja marrom na safra 2010/2011, mas a produção ainda está no início. O acesso amplo deve ocorrer em um futuro próximo”, diz Fronza.

Fonte: ÉPOCA


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