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Ecoinovação – Entre a esperança, a tecnologia e a oportunidade econômica

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes’. Albert Einstein

Cada um a seu modo, os experts do World Innovation Forum 2009 falaram de sustentabilidade. Coube a Fred Krupp, presidente do Environmental Defense Fund (EDF) – organização que reúne forças do mercado para proteção do meio ambiente, principalmente o dos EUA -, tratar especificamente de Ecoinovação.

Krupp é coautor, com Miriam Horn, do livro Earth: The Sequel – The race to reinvent energy and stop global warming (numa versão livre, algo como Terra, Parte II, a Missão – A corrida para reinventar a energia e parar o aquecimento global). O livro reúne histórias de inventores e empreendedores que desenvolvem novas tecnologias de energia limpa – que poderão transformar a multitrilionária economia da energia mundial e exercer influência decisiva na solução do Aquecimento Global.

O líder da EDF às vezes é criticado pela ala mais radical do ambientalismo, mas faz sucesso nas empresas inovadoras do Vale do Silício, na Califórnia. Neste momento de recessão na economia americana, o discurso protecionista de Krupp flerta com a ansiedade gerada pelo ambiente econômico e a pregação por mais empregos para os americanos. E não parece haver inovação alguma nesse ponto, pelo contrário. Krupp critica, por exemplo, o etanol em geral por ocupar em sua produção terras que poderiam ser usadas para plantar alimentos – sem fazer a devida distinção entre a insustentável produção de etanol de milho nos EUA, com a produção de etanol de cana.

Uma visita de Krupp aos centros mais modernos de produção de etanol no Brasil poderia atualizá-lo com relação a alguns argumentos que divergem do seu. Feita sua cuidadosa ressalva quanto à competição entre biocombustíveis e alimentos, Krupp, apresentou a produção de etanol como um dos maiores destaques em ecoinovação, junto de casos que exploram energia eólica e produção de células de captação solar. Com ou sem ressalvas, Krupp continua sendo uma importante voz do ambientalismo dentro das grandes empresas, representante de uma linha que deverá ter influência nas posições que os EUA assumirão internamente e que terá reflexos no acordo do clima em Copenhague.

Em entrevista ao Planeta Sustentável, Krupp se diz otimista quanto às possibilidades de EUA e Brasil – primeiro e terceiro lugares entre os maiores emissores de carbono do planeta, numa lista que tem a China em segundo e Indonésia em quarto – limitarem suas emissões. Embora essa classificação do Brasil como terceiro maior emissor mundial chegue mesmo a ser negada pelos técnicos ligados ao assunto em Brasília, a questão é que o país está entre os maiores emissores de CO2 e, consequentemente, deve ocupar um papel de destaque em Copenhague

Krupp defende ferramentas de mercado para melhorar a qualidade de vida nas áreas metropolitanas, como cobrança de pedágios para reduzir tráfego e poluição, incentivo à construção verde e negociação de acordos, compromissos e limitações para obter benefícios comunitários.

“Gaste uma hora para sonhar e o resto do dia para fazer as coisas acontecerem”, sugere Krupp, que, em suas apresentações costuma listar quatro pontos para aprofundar as conversas sobre aquecimento global. Elas trazem, sempre, um ângulo de visão para as necessidades norte-americanas e de sua matriz energética tão dependente do petróleo. Mas, com as devidas tropicalizações, tem um mínimo denomidador comum com o debate que hoje se amplia no Brasil:

1. Uma nova escolha: esperança. Por muito tempo, o debate sobre aquecimento global tem se perdido entre os que pregam o fim do mundo, e os que negam os perigos do aquecimento global. Há uma outra maneira de ver isso.

2. Oportunidade econômica: Devemos mudar as discussões sobre aquecimento global chamando atenção para as enormes oportunidades econômicas que surgirão se nos tornarmos uma economia de energia limpa.

3. As tecnologias são reais. Elas estão aí. Mas precisamos de uma política nacional que limite a emissão de carbono e recompense inovação.

4. O prêmio é grande demais, não podemos perdê-lo. Essa mensagem é para todos, incluindo os céticos quanto ao aquecimento global. A América (e o Brasil, aqui em sugestão nossa e não de Krupp) deve competir pela multitrilionária economia da energia do futuro – a corrida para reinventar energia é um desafio que nós não podemos nos dar ao luxo de perder.

Fonte:Caco de Paula


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